Indicada por Bolsonaro para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a pastora Damares Alves acredita que “é a igreja evangélica” e “não a política” que vai mudar a nação.
Em uma pregação feita em 2013, disponível no YouTube, Damares diz que “Deus nos disse que não são os deputados que vão mudar essa nação, não é o governo que vai mudar esta nação, não é a política que vai mudar esta nação, que é a igreja evangélica, quando clama. É a igreja evangélica quando se levanta”.
A confirmação da indicação da pastora foi dada na quinta-feira (6). Damares é assessora do senador Magno Malta (PR-ES), que não conseguiu sua reeleição nas eleições de outubro.
Em outra pregação, feita em 2016, afirmou que “As instituições piraram. Mas há uma que não pirou. E esta nação só pode contar com esta instituição. É a igreja de Jesus. (…) Chegou a nossa hora. É o momento de ocuparmos esta nação, é o momento da igreja dizer à nação a que viemos. É o momento de a igreja governar”.
O Ministério que será chefiado por Damares incorporará a FUNAI (Fundação Nacional do Índio). A pastora é conhecida também pela ação missionária que exerce em aldeias indígenas. Segundo ela, esse trabalho serve para impedir um suposto “infanticídio” cometido pelos próprios índios.
A bancada evangélica não gostou da nomeação de Damares. Para eles, passaram a perna em Magno Malta. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), disse que o que no começo “era ingratidão passou a ser uma afronta” da parte de Bolsonaro. Segundo ele, Damares é “competente e querida, mas errou”. Ela sequer avisou Malta da nomeação.
Para Sóstenes, que foi reeleito com o apoio do pastor Silas Malafaia, toda a condução do caso foi “antitética”. “Quando ele [o senador Magno Malta] percebeu o desgaste, se recolheu e ficou isolado por dez dias [num sítio no Espírito Santo]. Custava ter esperado ele voltar?”