O novo ministro de Portos e Aeroportos, deputado licenciado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), descartou a privatização e disse que irá “melhorar” a “governança nos portos públicos do Brasil”
“Nós não vamos privatizar o porto de Santos, como também vamos ampliar o diálogo com todo o setor produtivo de São Paulo”, disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.
Costa Filho disse que se encontrará com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na próxima quinta-feira (21) para tratar, entre outros assuntos, a gestão do porto de Santos.
O ministro disse que em sua gestão irá “melhorar” a “governança nos portos públicos do Brasil”, sem ter “preconceito” com a possibilidade de se fazer PPPs e concessões nesses espaços.
Costa Filho acertou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que a privatização do Porto de Santos (SP) não será rediscutida na gestão do petista, segundo relato de interlocutores próximos.
GESTÃO
Trata-se de mudança de modelo de gestão. O foco e enfoque são distintos dos governos anteriores. Esse modelo neoliberal privatista adotado pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) levou o Brasil à bancarrota. Os resultados são visivelmente negativos.
Na renda, por exemplo, que despencou e, ainda, continua desacelerada. Segundo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a renda média habitual real de R$ 2.924, registrada no segundo trimestre de 2023, pela primeira vez supera os níveis observados no mesmo trimestre de 2019 (R$ 2.904), imediatamente anterior à pandemia.
Em relação à questão do emprego, a taxa de desemprego no Brasil caiu em apenas 8 das 27 unidades da Federação no segundo trimestre de 2023, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
PONTES
A ideia de Costa Filho é “criar pontes” entre a administração federal e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tarcísio, como ministro de Infraestrutura no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), promoveu estudos para a privatização da Autoridade Portuária de Santos. Ele defendia a construção de túnel entre Santos e Guarujá, como contrapartida exigida do vencedor da compra deste ativo.
MUDANÇA DE FOCO
Nos primeiros meses do governo Lula, Tarcísio pediu à gestão federal que fosse dada continuidade ao processo de desestatização — o que foi rechaçado pelo ministro anterior de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB).
O túnel Santos-Guarujá foi incluído no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com modelagem a ser definida, mas usando recursos públicos integral ou parcialmente.
CONTRAPARTIDA POLÍTICA
Costa Filho descarta revisitar o assunto, mas quer relação mais próxima entre o Palácio do Planalto e o Palácio dos Bandeirantes, aproveitando o fato de que ele e Tarcísio são correligionários.
M. V.
