Essa é mais uma da série de rupturas dos termos do acordo de cessar-fogo com a Resistência Palestina. Em outro rompimento, Netanyahu manteve a barreira no Corredor Netzarim, na Faixa de Gaza, impedindo a passagem de centenas de milhares de palestinos que estavam retornando ao norte do enclave, como estava acertado no acordo de cessar-fogo. Eles só puderam seguir em direção à área onde residiam até antes do criminoso bombardeio por Israel na terça-feira, dia 28
Depois da liberação pelo Hamas de oito reféns, três israelenses e cinco trabalhadores tailandeses, na tarde desta quinta-feira (30), conforme acertado para este dia, o gabinete do primeiro-ministro anunciou que mandou suspender a liberação dos presos palestinos na troca de prisioneiros como estabelecido.
Trata-se de uma grave provocação por parte de Netanyahu, que usou como pretexto uma aglomeração de palestinos no momento que os israelenses eram liberados na localidade de Khan Yunis (Gaza), uma das mais bombardeadas durante os quase 500 dias de genocídio perpetrado por Israel, com 150 mil palestinos presos e feridos.
Segundo a ordem de Netanyahu os mediadores têm que “resolver o impasse” e garantir que nas próximas liberações não haverá mais aglomerações e só assim serão liberados os palestinos. Uma provocação totalmente desnecessária, pois os israelenses têm retornado em boas condições de saúde desde que iniciou a sua liberação.
O que também é uma afronta aos pais e parentes dos reféns que ainda permanecem em Gaza, pois sua liberação, nas próximas etapas, Netanuahu coloca em risco.
O que fica evidente, por um lado, é o incômodo do regime genocida israelense com a demonstração da Resistência Palestina (cuja ação tem sido encabeçada pelo Hamas, mas com a participação de outras forças, entre elas a Frente Popular de Libertação da Palestina e o movimento Jihad Islâmico) de haver conseguido manter os prisioneiros israelenses a despeito da invasão israelense da Faixa de Gaza com dezenas de milhares de seus soldados. E mais, tendo a condição de devolver os reféns em boas condições, mesmo após mais de um ano de cerco (barrando a entrada de alimento, água e medicamentos aos moradores de Gaza).
Estas não são as primeiras das provocações que Netanyahu e suas tropas têm realizado desde que o cessar-fogo foi anunciado.
Vejam outras bárbaras agressões desde o anúncio da assinatura do acordo de cessar-fogo:
1 – Mesmo com o cessar-fogo firmado e anunciado, as forças israelenses seguiram bombardeando a Faixa de Gaza e causando a morte de perto de 200 palestinos (além dos quase 50 mil durante 471 dias de chacina), uma matança absurda e sem qualquer causa uma vez que o cessar-fogo já estava firmado.
2 – No dia do início do cessar-fogo (marcado para entrar em vigência às 8:30 da manhã) os israelenses (“sedentos de sangue”, como qualificou a Resistência Palestina), seguiram atirando e bombardeando até as 11:30, assassinando mais 10 palestinos naquelas três horas.
3 – No primeiro dia do acordo, já com três israelense retornadas e 90 palestinos liberados, as tropas israelenses prenderam massivamente: 64 palestinos detidos em seus lares em Qalqilya.
4 – Já com o cessar-fogo em vigência na Faixa de Gaza, as forças de Netanyahu perpetraram uma razia em Jenin, na Cisjordânia, que dura 11 dias (desde o início da suspensão do genocídio em Gaza) e já assassinou perto de 20 palestinos.
5 – Como apontado no início desta matéria, as forças de extermínio e ocupação de Israel retardaram a retirada das tropas da Faixa de Gaza e, em uma ação particularmente insana, mantiveram a barreira no Corredor Netzarim, sujeitando centenas de milhares de palestinos que resolveram retornar ao norte a dias de espera ao relento, durante um período particularmente frio na região.
Os ardis do regime israelense apostam no pior, a suspensão do cessar-fogo, e jogam no sentido de sabotar a segunda parte do acordo a ser negociado para levar a liberação de mais de 80 israelenses que aguardam ainda na Faixa de Gaza e impedindo a liberação de centenas de palestinos aprisionados nas masmorras israelenses.