O senador Renan Calheiros (MDB-AL) está atrás de votos a qualquer custo para tentar voltar a ser presidente do Senado.
Agora ele diz que é um “novo Renan”, que é “mais liberal” e está “querendo fazer as reformas do Estado”. “Quero colaborar com este momento excepcional que o Brasil está vivendo e fazer as mudanças e reformas”, declarou, bajulando Bolsonaro e a base de apoio dele para angariar votos.
“A hora que ele [Bolsonaro] me chamar, eu vou”, disse Renan todo oferecido, numa entrevista no início de janeiro. “Converso com ele (Bolsonaro) qualquer hora que for convidado”.
Renan apela para artifícios como tentar inflar a bancada de senadores do MDB. Recentemente, convidou a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) para reingressar no MDB. O convite foi recusado.
Renan Calheiros já foi alvo de 18 inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), nove deles ainda estão investigando o senador emedebista.
Inimigo figadal da Operação Lava Jato, diz agora que é a favor dela, após tentar sabotá-la por diversas vezes no Senado, através de projetos como o PL do abuso de autoridade, propondo penalidades para intimidar procuradores e juízes e coibir seu trabalho.
Na delação de Sérgio Machado, seu indicado para presidir a Transpetro nos governos Lula e Dilma, Renan foi gravado em áudios atacando o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tramando e falando mal da Lava Jato:
Sérgio Machado: Agora esse Janot, Renan, é o maior mau caráter da face da Terra.
Renan Calheiros: Mau caráter! Mau caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (da Lava Jato) quer.
Sérgio Machado: É, ele não manda. E ele é mau caráter. E ele quer sair como herói. E tem que se encontrar uma fórmula de dar um chega para lá nessa negociação ampla para poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo.
Renan Calheiros: Dono do mundo.
Renan já foi líder do governo Collor de Mello no Congresso Nacional, ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso (FHC), apoiou o governo Lula e o governo Dilma (embora tenha votado pelo seu impeachment, quando ela já estava em baixa). E por fim apoiou o governo Temer e suas medidas de ajuste fiscal, principalmente o projeto do teto de gastos que congelou por 20 anos as despesas federais atingindo Educação, Saúde, Habitação, Segurança e outra áreas.