
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou, em evento no interior paulista na terça-feira (18), as insinuações do presidente Jair Bolsonaro de que a Polícia Militar da Bahia teria matado de propósito o miliciano Adriano Nóbrega. “Foi uma grosseria inaceitável. Se você precisa tratar bem os deputados, o que dizer dos governadores? Eles representam os Estados” destacou FHC.
“Vinte dos vinte e sete governadores a elaborarem uma carta “em defesa do pacto federativo” e em solidariedade ao baiano Rui Costa (PT). Não me lembro de já ter visto uma carta assinada pela maioria dos governadores contra o presidente da República. Uma coisa rara, que mostra como é rara a gravidade do ato”, acrescentou o ex-presidente.
Na sexta-feira (14), Bolsonaro acusou Rui Costa de ser o responsável pela operação policial que resultou na morte de Adriano da Nóbrega, classificada por ele como uma “provável execução sumária” para queima de arquivo. Segundo Bolsonaro, a “polícia do PT” não procurou “preservar a vida de um foragido”. Em um discurso que durou mais de uma hora para os novos tucanos, FHC também disse que Bolsonaro “governa por antagonismo” e que essa não é a melhor maneira de agir.
O governador João Doria aproveitou a palestra de FHC para também criticar Bolsonaro. “Vocês estão assistindo a palestra de um democrata que nunca desrespeitou um jornalista, que nunca mudou o tom para atacar a imprensa”, disse Doria.
Ele se referia às ofensas proferidas pelo presidente Jair Bolsonaro contra a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo. Ele questionou, com insinuação de caráter sexual, a atuação dela em reportagens sobre o disparo massivo de mensagens durante a campanha eleitoral.