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“Se a água contaminada por energia nuclear fosse de fato tão inofensiva quanto diz Tóquio, por que o Japão não a descarrega em seus lagos interiores e por que insistiu em construir o túnel de descarga e o lançou com entusiasmo?”, indaga o porta-voz da Chancelaria da China
O oceano é o bem comum da humanidade, não o esgoto particular do Japão, e despejar a água contaminada por energia nuclear no oceano é “extremamente egoísta e irresponsável”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin.
Um relatório recentemente divulgado pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO) mostra que o elemento radioativo Cs-137 em peixes pegos no porto da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi excedeu em muito os níveis de segurança, chegando a 18.000 Bq/kg, o que é 180 vezes mais do que o padrão máximo estipulado na lei de segurança alimentar do Japão, de acordo com a mídia japonesa.
“O governo japonês tem procurado repetidamente encobrir seu descarte de água contaminada por energia nuclear da Usina de Fukushima Daiichi, alegando que essa água é inofensiva e que o descarte é justificado, chamando-o de única opção. No entanto, os fatos provam o contrário”, assinalou Wang em uma coletiva de imprensa em resposta ao relatório.
“Muitos na comunidade internacional têm se perguntado: se a água contaminada por energia nuclear fosse de fato tão segura quanto o Japão diz, por que o Japão não a descarrega em seus lagos interiores; por que o Japão insistiu em construir o túnel de descarga e o lançou com entusiasmo?”, questionou Wang, acrescentando que a resposta do próprio comitê de especialistas do Japão é bastante direta: descarregar no mar é a opção mais barata com risco mínimo de poluir o próprio Japão.
“É extremamente egoísta e irresponsável deixar que o mundo inteiro arque com os custos e economizar dinheiro para o próprio Japão”, constatou.
O ministro observou que, quanto ao tratamento da água, o Japão claramente tem outras opções. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão ofereceu cinco propostas, e especialistas de países vizinhos propuseram planos mais seguros e prudentes, como o armazenamento de longo prazo, acrescentou.
Wang assinalou ainda que, no entanto, sem avaliar completamente as alternativas, o governo japonês decidiu unilateralmente despejar a água no oceano. “Uma ação tão egoísta, que coloca em risco os interesses comuns de toda a humanidade, não persuadirá as pessoas, nem do Japão nem de outros países.”
Wang destacou que é um ato vergonhoso que prejudicará as pessoas dos países próximos do Japão e dos países insulares do Pacífico, além de custar ao Japão sua reputação perante a comunidade internacional.
Parceria com a agência Xinhua