Em recente Assembleia Mundial da Organização Mundial da Saúde – OMS os EUA se posicionaram contra o Aleitamento Materno.
O governo norte-americano condenou uma resolução da OMS baseada em estudos científicos que estimulava os governos dos países a incentivar o aleitamento materno por beneficiar à saúde do bebê.
Segundo matéria publicada pelo The New York Times “o posicionamento americano foi contrário aos estudos científicos sobre a questão para atender interesses dos fabricantes de alimentos infantis”, na maioria multinacionais como a Nestlé e Johnson entre outras.
A OMS apresentou à Assembleia Mundial da Saúde como fundamento de sua proposta de resolução de estímulo ao aleitamento materno, texto baseado em décadas de pesquisas que apontam que “o leite materno é o alimento mais saudável para crianças recém-nascidas” recomendando que “os governos limitassem o marketing impreciso ou enganoso de métodos que substituem a amamentação”.
CHANTAGEM DERROTADA
O governo dos EUA tentaram retirar a recomendação ao aleitamento da resolução final assim como o texto que recomendava “proteger, promover e apoiar a amamentação”, mas não conseguiram e seus diplomatas passaram a pressionar os diplomatas dos países submissos aos EUA da África e da América Latina a votarem contra a resolução de incentivo à amamentação ou seus governos parariam de receber ajuda financeira e militar dos EUA. Uma chantagem inominável afrontosa e arrogante contra os demais governos dos países do mundo.
Por iniciativa da Rússia, que passou a discutir a resolução com os demais países, a chicana norte-americana foi dissolvida, os EUA pararam com as intimidações e a resolução foi aprovada.
O desenvolvimento saudável de um bebê depende em alto grau da amamentação, e isso é reconhecido oficialmente pela maioria dos países do mundo. Mas contraria as multinacionais que querem sempre lucrar mais com a venda de alimento infantil.
Valorizar e proteger a maternidade é questão fundamental para o desenvolvimento das sociedades e deve ser considerada dever do Estado. Uma mãe que trabalha e não tem licença-maternidade suficiente para os cuidados e a amamentação da criança no seu primeiro e mais fundamental ano de vida fica prejudicada no exercício pleno da maternidade e por isso é fundamental que a sociedade – os pais e as instituições governamentais – assumam sua parte e contribuam para a superação da cultura machista que considera a maternidade como um “problema” das mulheres. A maternidade não é um “problema” e nem responsabilidade apenas da mulher. Cuidar dos filhos convém às famílias e à sociedade, ao Estado.
A matéria no “The New York Times” publicada em português passa a ideia de que o posicionamento dos EUA contra a amamenetação e a maternidade é um problema do atual presidente americano, Donald Trump, e é uma política oposta à política à que o presidente anterior, Barak Obama, encaminhava, o que não é verdade.
Nos EUA da era Obama não se melhorou em nada a licença maternidade ou a discriminação salarial entre homens e mulheres que tanto aflige as trabalhadoras e mães americanas.
Nos EUA da era Obama o que se fez foi projetar como grande “feminista” a carnicera Hillary Clinton, candidata do establishment à sucessão de Obama derrotada por Trump. Então o que a imprensa pró-establishment faz hoje nos EUA é tentar mostrar que Trump é ruim e que Obama era melhor. Usam todo e qualquer fato, inclusive a questão feminina que passou a ter grande importância por causa da candidatura de Hillary, para provar ao povo americano e aos povos do mundo que foi uma grande perda Hillary não ter sido eleita. Mas nós não nos deixamos enganar com as contradições internas do setor imperialista financista e belicista nos EUA. Nem pensamos que a candidatura de uma mulher desse setor nos EUA, como Hillary, significasse um avanço para a luta das mulheres e a superação das discriminações contra as mulhes nos EUA e a opressão que este país exerce contra os demais países no mundo.
Com Trump, ou mesmo se fosse Hillary a presidente, os EUA continuariam como continuam sendo o principal país imperialista e opressor do mundo. Assim como foi durante todo o período do “democrata negro” Barak Obama no governo dos EUA. Mas isso nem o New York Times nem os demais monopólios de mídia norte-americanos amplamente repercutidos e cultuados pela mídia colonizada por aqui, dizem, e continuam tentando nos usar em suas disputas internas.
ROSANITA CAMPOS