“A epidemia de coronavírus desencadeou uma onda perturbadora de preconceito contra pessoas de etnia chinesa e do leste asiático, e peço aos Estados membros que façam o máximo para combater essa e outras formas de discriminação”, denunciou a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michele Bachelet.
A declaração de Bachelet aconteceu no dia 27, em Genebra, em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em um momento em que se avolumam informações sobre atitudes de caráter racial atingindo chineses em diversos países, em particular nos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália.
“Bullying e agressões contra norte-americanos de origem asiática são reportados desde Nova Iorque até o Novo México em uma onda detonada por medo de que eles estejam de alguma forma conectados ao novo coronavírus”, relata matéria publicada pelo jornal South China Morning Post.
Entre os casos apontados pela matéria, se destaca um folheto falso e apócrifo distribuído em Los Angeles com o símbolo da Organização Mundial de Saúde que diz aos residentes da cidade que evitem as lojas e escritórios de asiático-americanos por causa do surto de coronavírus.
Na mesma cidade, um garoto de origem asiática foi espancado em sua escola por querer entrar para assistir às aulas, quando colegas diziam que ele estaria infectado com o vírus.
“Nós não vamos apoiar o ódio”, declarou Hilda Solis, supervisora de Saúde de Los Angeles.
Robin Toma, presidente da Comissão de Relações Humanas de Los Angeles também condenou o racismo que está se manifestando na cidade e pediu apoio aos cidadãos: “Precisamos que vocês denunciem quando atos de discriminação aconteçam”.
A designer Yisheng Yu, nova-iorquina que trabalha em um escritório na Austrália denunciou que estava do lado de fora do prédio quando foi abordada por uma senhora que se dirigiu a ela aos gritos: “Sai daqui agora”.
Uma simples tosse pode provocar atos hostis. É o que denuncia um vereador do bairro de nova-iorquino de Queens que tem uma forte presença populacional asiática. “Eu tenho, na minha equipe, uma integrante de origem chinesa. Ela me contou que estava na estação de trem Albany, quando tossiu e alguém logo se aproximou para lhe perguntar se tinha contraído o vírus”.
