Nesta quinta-feira (24), o deputado federal e pré-candidato a prefeito da cidade de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB), e a pré-candidata a vice-prefeita, Andrea Barcelos, se reuniram com lideranças do movimento sindical para debater o “Programa Emergencial de Emprego e Renda”, que tem como objetivo a construção de um projeto de geração de empregos, com a retomada de obras públicas e que vise o desenvolvimento da capital paulista.
No encontro, Orlando saudou a greve heroica dos trabalhadores dos Correios que paralisaram suas atividades durante 35 dias contra os ataques do governo Bolsonaro aos direitos da categoria.
Segundo Orlando, a categoria enfrentou uma das “principais batalhas políticas vividas pelo movimento sindical. Simbolicamente, eles representam a capacidade de luta e resistência da classe trabalhadora”.
“Em 1995, quando era presidente da União Nacional dos Estudantes [UNE], atuamos muito próximos da Frente Única dos Petroleiros e dos sindicatos dos petroleiros em uma luta em defesa do patrimônio do país, da Petrobrás. Naquela época enfrentávamos a quebra do monopólio e aqueles que queriam liquidar com a Petrobrás. Ao final da greve, nós não conseguimos impedir a quebra do monopólio da Petrobrás, mas conseguimos sustentar a greve apesar das sanções que a Justiça impôs aos sindicatos”, disse o deputado.
“Foi uma luta histórica, que teve um valor pedagógico. Formou gerações de lideranças populares e sindicais com a consciência de defender o patrimônio do Brasil. A minha perspectiva é que essa greve dos Correios tem essa dimensão histórica. Anos vão passar e olharemos para trás lembrando que foram 35 dias de luta em defesa de um dos maiores patrimônios do nossa país. Não por acaso, presente em todo o país e, não por acaso, uma das instituições em que o povo brasileiro mais confia, fruto da história que tem essa empresa”, completou.
Ricardo Adriane Rodrigues de Souza (Peixe), secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) – uma das principais entidades que esteve à frente do movimento – lembrou que nessa greve a categoria enfrentou o que representa toda essa política retrógrada do governo Bolsonaro. “Tivemos que ir para uma greve para manter o que nós tínhamos. Defender nossos direitos, defender a soberania nacional, defender a Empresa Brasileira de Correios que está em mais de 5.570 municípios. Os trabalhadores dos Correios não deixaram o governo nos escravizar. Combatemos o governo fascista de Bolsonaro”, disse Peixe.
“O TST julgou nossa greve, não a considerou abusiva, mas, infelizmente, das mãos se vão alguns anéis. Não foi o resultado que queríamos, mas não deixamos o governo impor a retirada das 70 cláusulas que queria. Mantivemos 29 cláusulas e mais os direitos dos manuais e das normas. Estamos juntos resistindo”, completou o sindicalista.
EMPREGOS
Em relação aos empregos, Orlando falou sobre o rastro de destruição que a pandemia deixará no país. “Estamos com cerca 140 mil mortes. Grande parte poderia ter sido evitada. Quando dizemos que Bolsonaro é genocida é porque a atitude dele ampliou o risco e o número de mortes no Brasil. Irmão nossos poderiam estar conosco”, disse Orlando.
“Precisamos, no ano que vem, ter uma obsessão por recuperar os empregos e combater os efeitos econômicos da pandemia. Primeiro retomando obras púbicas. Em qualquer experiência da humanidade, quando se vai reconstruir algo, o Estado tem um papel condutor na reconstrução com obras públicas de infraestrutura urbana, como corredores de ônibus, obras públicas com equipamentos sociais de saúde e de educação. Obras públicas que garantam o acesso a saneamento, acesso à água”.
“O papel da Prefeitura no transporte de alta capacidade gera emprego porque ativa a construção civil, que é um dos setores que mais geram emprego. Por isso é importante que tenhamos um programa ousado, ofensivo, que gere empregos com a retoma de obras públicas”, ressaltou. “Vamos arrastar a cidade de São Paulo para defender emprego para todo mundo”, concluiu o pré-candidato.