O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o escândalo de corrupção no Ministério da Educação “precisa ser suficientemente esclarecido” e que a CPI será instalada quando “cumpridos os requisitos”.
Depois da prisão do ex-ministro de Bolsonaro, Milton Ribeiro, o requerimento para a instalação da CPI do MEC chegou a 26 assinaturas, faltando apenas uma para atingir o número mínimo exigido pelo regimento.
Em coletiva de imprensa, Rodrigo Pacheco falou que sua posição em relação à Comissão Parlamentar será de obediência ao regimento. “De modo que esse requerimento de CPI e outros requerimentos de CPI devem observar os requisitos que se exige para apreciação da presidência do Senado e, cumpridos os requisitos, toda e qualquer CPI será instalada”.
A proposta de instalação da CPI surgiu de uma gravação do ex-ministro Milton Ribeiro falando que, por um “pedido especial” de Jair Bolsonaro, liberava dinheiro para municípios indicados pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que exigiam propina de prefeitos. Os três foram presos pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre o caso.
Jair Bolsonaro chegou a falar que colocaria “a cara no fogo” por Milton Ribeiro, tamanha a confiança que tinha em seu ministro.
Para Rodrigo Pacheco, o escândalo de corrupção “precisa ser suficientemente esclarecido porque ele tem contornos de grande gravidade”.
“Obviamente que isso tem, além do impacto jurídico, também um grande impacto político. E o governo, naturalmente, deve dar as suas explicações, sobretudo o atual Ministério da Educação, em relação àquilo que possa ter acontecido nesse ministério”, continuou.
“A questão de uma prisão preventiva que pressupõe algumas coisas que são indícios de autoria e materialidade acaba evidentemente sendo fato relevante para consideração da CPI”, afirmou Pacheco.
Alguns senadores partidários de Bolsonaro assinaram, em abril, o pedido de abertura da CPI, mas retiraram o apoio quando perceberam que atos criminosos do governo que apoiam seriam descobertos.
Agora, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apresentou o requerimento, falta apenas uma assinatura.