Eduardo Paes (PSD), atual prefeito e candidato do PSD à reeleição no Rio de Janeiro, disse em sabatina na GloboNews que Alexandre Ramagem (PL) comete “estelionato eleitoral” ao prometer resolver o problema da segurança pública no Rio.
O atual prefeito foi o terceiro dos candidatos do Rio a ser entrevistado na “Central das Eleições”, da GloboNews, com mediação de Míriam Leitão, e perguntas feitas por Merval Pereira, Flávia Oliveira, Ana Flor, Fernando Gabeira e Valdo Cruz.
Questionado sobre os problemas da segurança pública na cidade e como a prefeitura poderia contribuir para ajudar a combater a violência e enfrentar o crime organizado, Eduardo Paes foi direto e criticou seu adversário Alexandre Ramagem, que prometeu usar a Guarda Municipal para ajudar a recuperar territórios, caso fosse eleito.
“O maior estelionato dessa eleição é a candidatura do deputado Alexandre Ramagem, afiliado do governador Cláudio Castro. Essa turma que comanda a segurança pública no Rio de Janeiro há seis anos. O secretário de segurança atual foi indicado por Alexandre Ramagem. E o sujeito vem dizer que vai ser eleito para retomar os territórios dominados na cidade”, disse Paes.
“Falta uma política de segurança pública no Rio de Janeiro. Eu não vou aceitar que esse estelionato seja cometido, porque essa gente ganhou a eleição em 2018, por acaso até me derrotaram, e ganharam a eleição de novo em 2022. Fizeram um programa fake chamado Cidade Integrada, que era no Jacarezinho e na Muzema, mas não saiu nada. Nada daquilo que prometeram. E a gente não pode deixar a população sem ganhar nada por esse estelionato”, disse o prefeito.
Sobre as ações da prefeitura na área da segurança, Paes citou: “A Prefeitura do Rio pode agir naquilo que é sua competência, desde intervenções que melhorem a acessibilidade em comunidades, mas isso não é absolutamente decisivo. (…) A prefeitura ilumina muito bem as ruas, transformamos, mudamos toda a iluminação da cidade. A gente cuida muito da ordem pública. (…) Criamos um programa usando mais de 900 câmeras pela cidade, com monitoramento. Financiamos agora o Disque Denúncia (…). Então há um conjunto de ações que a prefeitura pode fazer”.
“Trabalhamos auxiliando permanentemente as forças de segurança. Agimos contra esses comércios ilegais. Agora, quando você tem uma questão de domínio territorial, que é isso que vocês referem aqui, que é essa grande questão do Rio com milicianos, o tráfico de drogas, enfim, a narcomilícia, o que a gente precisa é de política de segurança pública. Não é a Guarda Municipal que vai resolver, nem a Guarda Municipal Armada que vai resolver isso”, reforçou.
BRAZÃO
Ao longo da sabatina, Paes também admitiu que errou ao colocar Chiquinho Brazão, preso acusado de ser o mandante da execução de Marielle Franco, como secretário especial de Ação Comunitária. O candidato disse ter “constrangimento” pela decisão política e falou sobre o apoio da família de Marielle à sua candidatura.
“É óbvio que se vinha de uma investigação de seis anos, onde já tinham sido acusadas várias pessoas que depois viu-se que não eram as responsáveis pelo assassinato, e eu, na negociação com o partido Republicanos, com o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, negociamos o apoio, eles foram comandar uma pasta e me indicaram um deputado federal eleito pelo Rio”, explicou.
“Eu deveria ter tido esse zelo. Quando o boato começou a surgir, eu pedi que substituíssem o deputado Chiquinho Brazão, que ele saísse da secretaria”, disse Paes.
Em relação à deputada estadual Lucinha (PSD), colega de partido, o prefeito adotou outro tom sobre as acusações de envolvimento dela com grupos milicianos. Paes disse que conhece Lucinha há muitos anos, que ela fez muito pela Zona Oeste e que prefere esperar o fim do julgamento: “Espero não estar errado”, disse.
“Eu vou tratar esse caso aqui de maneira diferente. O Júnior (filho da Lucinha) foi um ótimo secretário de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e não acho que eventuais equívocos que a mãe possa ter praticado, crimes não podem ser hereditários”, argumentou.
“A deputada Lucinha, eu convivo com ela há muitos anos. O depoimento que eu posso dar é de quem trabalha muito pela Zona Oeste, em um território difícil, que as forças de segurança pública não agem, quando entram é formando essas associações de milícia. (…) Nunca tive por parte da deputada Lucinha qualquer pedido que não fosse de interesse público, obras, melhorias para o povo mais pobre dessa cidade. Ela foi denunciada, se for condenada, tenho certeza de que a condenarei também. Então, no caso da deputada Lucinha, eu espero não estar errado. (…) Ela sempre foi uma aliada, me levando para a Zona Oeste e sempre me pedindo coisas pelo povo mais pobre”, completou Paes.