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“Bolsonaro estaria absolutamente empoderado para fazer qualquer loucura que quisesse para o Brasil”, disse o prefeito do Rio
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que os bloqueios criminosos de estradas são o “último suspiro de um bolsonarismo equivocado” e revelam “o que nos aguardava no caso de vitória” de Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro “não consegue entender o jogo da democracia. Tem hora que a gente ganha, tem hora que a gente perde. Na hora que a gente perde, bota a viola no saco, agradece os votos que teve, cumprimenta vitorioso e vai lamber as feridas”.
“Se na derrota a gente está vendo esse sumiço proposital para ver se alguém se anima para fazer loucura, na vitória seria muito mais trágico. Porque aí ele estaria absolutamente empoderado para fazer qualquer loucura que quisesse para o Brasil”, comentou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Jair Bolsonaro pediu dubiamente para seus apoiadores liberarem as estradas, bloqueadas desde o domingo, quando foi confirmada a vitória de Lula nas eleições. No seu primeiro pronunciamento após a derrota, quase 48h depois do resultado oficial, disse que houve “injustiça” nas eleições.
Para Eduardo Paes, “mais do que a vitória do Lula, eu acho que a vitória é da democracia, da política, da negociação, da busca de consensos que venceu as eleições de domingo”.
O prefeito aponta que Lula “tem exata noção do que significa a vitória dele”. “Ele tem uma vitória fruto de uma frente ampla em que aqueles que acreditam na política o apoiaram. Ele precisa, no governo, entender que ele vai apresentar isso. E acho que ele já disse isso muito claramente”.
Lula foi apoiado por diversos ex-candidatos à Presidência como Simone Tebet (MDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB), por lideranças históricas do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso e José Serra, e outras lideranças.
Essas lideranças políticas declararam apoio a Lula devido às ameaças contra a democracia de Jair Bolsonaro. Paes afirmou que “o Brasil não suportaria mais quatro anos de governo Bolsonaro. As instituições democráticas estariam ameaçadas se a população chancelasse todas as loucuras que ele fez ao longo desses quatro anos”.
O prefeito do Rio de Janeiro avalia que Jair Bolsonaro não será “líder de oposição”, podendo até mesmo deixar o PL depois de sair da Presidência.
Ao mesmo tempo, outros partidos devem entrar na base de Lula. “Eu vou defender que o PSD faça parte imediatamente da base do governo”, informou Paes.
CRIMINOSO
Eduardo Paes publicou em suas redes sociais a ficha criminal de um dos líderes dos bloqueios em rodovias no Rio de Janeiro, Michel Teixeira de Menezes Batista.
O bolsonarista já foi preso por “roubo praticado com outras pessoas e com arma”, em junho de 2022, mas foi solto no mês seguinte.
“Cidadão patriota e “do bem” tentando fechar a TransOeste na manhã de hoje. Ficha do cidadão: Capitulação: PRISÃO EM FLAGRANTE; ROUBO MAJORADO (ART 157, 5 20 – CP), II E 52-A, I DO CP! Aqui não!”, postou o prefeito.
“Foi preso em flagrante por roubo praticado com outras pessoas e com arma, em 24/06/2020. Colocado em liberdade em 16/07/2022. E já está querendo defender a pátria! Então tá bom…”, ironizou.
Os bolsonaristas estão fazendo os bloqueios dizendo que é uma manifestação “espontânea” dos caminhoneiros, mas as lideranças da categoria negam.
O deputado federal Nereu Crispim, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, falou que “os bloqueios de rodovias estão sendo feitos por criminosos que não representam a categoria”.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, aponta que esse tipo de “ação antidemocrática” está sendo realizada por “alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos”.