A combinação da pandemia com uma economia rastejante foi responsável pelo fechamento de 135,2 mil lojas e a perda de 500 mil empregos entre abril e junho. Os dados são de levantamento conjuntural divulgado hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O número de lojas que tiveram que fechar as portas definitivamente devido à crise e a falta de ajuda emergencial do governo equivale a 10% dos estabelecimentos do comércio varejista em operação no país antes da pandemia.
“O estrago provocado pela pandemia de Covid-19 foi de tal ordem, que o saldo negativo naquele período superou a perda anual de estabelecimentos comerciais de 2016 (- 105,3 mil)”, afirma a CNC na nota de divulgação da pesquisa.
A entidade prevê que o ano de 2020 chegará ao fim com 88,7 mil estabelecimentos comerciais que mantém vínculo empregatício a menos do que o existente no ano passado.
Crise generalizada
A pesquisa aponta que nenhum ramo do varejo saiu ileso, com registro de fechamento de estabelecimentos independente do ramo. Ainda assim, entre abril e junho, os segmentos mais atingidos pela crise foram os que comercializam itens considerados não essenciais. Além das medidas locais de fechamentos de serviços para contenção da pandemia, é importante registrar que o desemprego e queda na renda das famílias tiveram importante contribuição nesse sentido.
Lojas de utilidades domésticas, por exemplo, fecharam 35,3 mil estabelecimentos; vestuário, tecidos, calçados e acessórios perderam 34,5 mil varejistas. O comércio automotivo, por sua vez, fechou mais de 20 mil lojas.
O varejo essencial tampouco foi poupado. Hiper, super e minimercados fecharam 12 mil lojas; farmácias e perfumarias, 5,3 mil. Mesmo autorizado a funcionar na maior parte do país, o segmento de combustíveis e lubrificantes fechou -5,4 mil pontos.