“Muito show e pouca ação”, assim o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, definiu o “pacote de bondades” do presidente Jair Bolsonaro aos caminhoneiros.
Leia: Bolsonaro tenta enrolar caminhoneiro com decreto
Segundo o líder caminhoneiro, o pacote de medidas anunciado na terça-feira (18) por Bolsonaro, “não é um pacote, mas um embrulho”.
A fala de Carlos Litti reflete a insatisfação da categoria, que tem entre suas principais reivindicações a redução do preço do diesel e o aumento do valor do frete, questões que não estão contempladas no decreto assinado por Bolsonaro, batizado pomposamente de “Gigantes do Asfalto”.
Para Litti, uma das questões previstas no pacote, como descontos nas negociações de dívidas com a Caixa Econômica Federal “é mais do mesmo”, pois, segundo ele, “isso já acontece há dois anos”. O caminhoneiro afirma que “programa de crédito mesmo, que os caminhoneiros que não estão mais nem respirando precisam, não tem”.
Litti diz que, fora o Documento de Transporte Eletrônico (DT-e), plataforma tecnológica que irá simplificar, reduzir burocracia e digitalizar a emissão de documentos obrigatórios, que, segundo ele “é bom, mais precisa de algumas emendas para funcionar mesmo”, o resto é “show artístico”.
O programa também prevê, entre outras regras, mudança na forma de pesagem de cargas, que aumentará os limites de tolerância para peso por eixo, com mudanças na regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran); antecipação dos valores a receber do frete e ampliação e melhoria do subsistema rodoviário federal, entre outras medidas.