O número crescente de pessoas que, segundo o DataFolha, está irritada com as insanidades de Jair Bolsonaro vem provocando um agravamento de sua paranoia doentia. Ele reclamou, na terça-feira (3), que está sendo muito “sacaneado”. Que suas reações são porque ele tem sido vítima dessas sacanagens, mas que não tomou ainda nenhuma “medida excepcional”.
Achou que podia fazer ameaças e, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Alvorada, disse que: “se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda.” As declarações, ao contrário do planejado, só fizeram aumentar o número de pessoas que advogam pelo impedimento do “paciente”.
Arroubos à parte, a realidade aponta exatamente em sentido contrário ao da afirmação de Bolsonaro. O seu isolamento é tão acelerado que, se houver alguma borduna, quem deverá levantar a famosa peça de guerra indígena não será ele.
Certamente, cada dia mais inconformado com os rumos do país, será pelas mãos do povo que ela será levantada. E, ao que parece, muita gente seguirá atrás da salutar iniciativa corretiva.
Um dos exemplos das “sacanagens” que Bolsonaro alegou terem assacado contra ele foi o fato da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ter entrado com uma ação para impedir a quebra do sigilo telefônico do advogado defensor de Adélio Bispo, autor do atentado à faca durante a campanha eleitoral do ano passado. A Justiça obviamente impediu a tentativa bolsonarista de atropelar as leis do país.
Aí ele achou que podia se “vingar” do presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, pelo fato da OAB cumprir sua obrigação estatutária de acionar a Justiça em defesa da inviolabilidade do exercício profissional dos advogados iscritos na ordem. Pensou que a ameaça surtiria algum afeito a seu favor.
Foi então que disse que, se o presidente da OAB quisesse saber, poderia contar como seu pai foi morto na ditadura militar. Fernando Santa Cruz desapareceu em fevereiro de 1974, após ser preso por agentes do DOI-Codi, órgão da ditadura, no Rio de Janeiro.
Ao contrário do que planejou, a afronta à memória de Fernando Santa Cruz fez Bolsonaro perder ainda mais apoio.
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