A embaixada russa no Reino Unido condenou a visita de três representantes do regimento ucraniano neonazista Azov a Londres, onde foram aclamados por parlamentares britânicos e pelo ex-primeiro-ministro Boris Johnson. Postaram vídeos e fotos da esfuziante recepção na rede social X.
“Um espetáculo grotesco”, disseram os diplomatas russos, ao reagirem à desfaçatez nesta quinta-feira. E que o regimento Azov “ganhou notoriedade mundial tanto por seu uso generalizado de insígnias nazistas Wolfsangel (uma das divisões das famigeradas tropas de assalto, as Waffen SS) quanto por crimes de guerra desprezíveis contra civis”.
Boris Johnson, ex-primeiro ministro britânico, discursou incitando os nazistas a atacarem alvos na Rússia, defendeu o envio de mais dinheiro e armas para a Ucrânia e também chamou os representantes do grupo nazista de “heróis”. Depois posou para fotos com os ucranianos com a bandeira do regimento Azov com o símbolo nazista da Segunda Guerra.
Veja vídeo:
O regimento Azov, que integra o exército ucraniano, já foi acusado pelas ONGs ‘Human Rights Watch’ e ‘Anistia Internacional’, assim como a própria ONU, de cometerem vários crimes contra a humanidade, como tortura e estupro de civis. Em 2016, a ‘Organização pela Segurança e Cooperação na Europa’ expediu um relatório descrevendo crimes de guerra cometidos pelo exército ucraniano na região de Donbass, em que o Azov foi mencionado várias vezes sobre torturas cometidas contra civis descritas como “bestiais”. Em 2018 o congresso do Estados Unidos chegou a banir o envio de dinheiro para o Azov.
A revista americana TIME fez na época uma reportagem sobre o regimento Azov e os chamou de “grupo terrorista neonazi.” E que sua política “parecia arrancar sua narrativa diretamente da ideologia nazista”.
O Azov começou como uma milícia liderada pelo neonazista, Andrey Biletsky; depois do golpe orquestrado pelos EUA, o regimento Azov foi incorporado na Guarda Nacional da Ucrânia. Biletsky, em entrevista para a revista, disse que os símbolos adotados pelo Azov foram escolhidos por serem “usados pelos alemães” durante a Segunda Guerra Mundial.
