A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou na tarde desta segunda-feira (11) em São Paulo que os partidos que apoiam a candidatura de Lula à Presidência pedirão à Procuradoria Geral da República (PGR) a federalização da investigação do assassinato do tesoureiro do partido em Foz do Iguaçu (PR), o guarda municipal Marcelo Arruda.
Ele foi morto em um crime bárbaro pelo bolsonarista Jorge Guaranho logo após comemorar seu aniversário – que tinha como Lula como tema.
Gleisi defendeu “uma ação contundente” contra o crime político. “Tem que ter uma ação bem contundente quanto a isso e uma movimentação da sociedade civil em apoio”, afirmou Gleisi após reunião sobre segurança com a coordenação da campanha do PT em um hotel na capital paulista. “Não é um crime comum, implica uma questão política e não é [fato] isolado”, ressaltou.
A dirigente petista afirmou que os partidos que compõe a coligação de apoio à candidatura de Lula estão articulando uma reunião com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que deve ser apresentado um “memorial da violência política”, com fatos recentes, e um pedido por uma campanha por uma eleição pacífica.
“Achamos que o TSE tem de fazer uma campanha alertando sobre violência política. O TSE faz campanha sobre a importância do voto feminino, da importância do voto da juventude, tem de fazer uma campanha da importância de uma eleição pacifica”, afirmou.
“Eleição não é um campo de guerra, onde você elimina o adversário. [Em] eleição você debate propostas, debate ideias e tem que ter respeito. Isso [violência] é recente, tem nome e tem endereço: é um movimento que foi deflagrado por Jair Bolsonaro, é um movimento de ódio”, completou Gleisi.
Em reunião na manhã desta segunda, os representantes dos partidos que compõem o movimento Vamos Juntos pelo Brasil fizeram um minuto de silêncio em memória de Marcelo Arruda.
Os presidentes dos partidos repudiaram a violência política e defenderam ampla mobilização de instituições e partidos comprometidos com a democracia em favor e contra a escalada da violência de forma a garantir uma disputa civilizada na campanha política.
Em comum acordo, os partidos decidiram entrar com representação no TSE e pedir à PGR a federalização da investigação. “Um crime político não pode ser tratado como briga de vizinhos, disse a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
DELEGADA AFASTADA
Na tarde desta segunda-feira (11), a delegada Iane Cardoso foi afastada do caso pelo governo do Paraná. Ela foi considerada suspeita por ter realizado publicações contra Lula nas redes sociais e pela divulgação, pela Polícia Civil, que o assassino teria morrido no confronto com Arruda.
Em uma das postagens da delegada em 2016, ela diz: ‘Virou moda. Petista quando não está mentindo está roubando ou cuspindo…’ Ela teria postado as hashtags “#foralula” e “#foraPT”.
Além das postagens da delegada, o PT argumenta que a Polícia Civil do Paraná não apresentou os resultados da investigação dos disparos contra uma caravana do Lula em 2018. O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, disse que está “verificando” a denúncia.
GUERRA SUJA
Na abertura da reunião, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que diante da liderança do ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PL) está estimulando uma “guerra suja”.
“Chegamos fortes até aqui. Por isso temos que ficar atentos, porque o adversário também percebeu”, afirmou.
PT, PCdoB, PSB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade também farão uma manifestação formal sobre o assassinato de Marcelo Arruda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pedirão uma audiência com o presidente da corte, Edson Fachin, para debater a violência política. O documento será subscrito por todas as legendas.
Outra proposta aprovada pelas legendas foi a indicação de advogado para atuar como assistente na família de Marcelo Arruda, caso eles desejem essa ajuda. As medidas foram levadas pelo PT na reunião do conselho político da pré-campanha de Lula e aprovadas pelas legendas que integram a coligação.
O texto também inclui frases de Bolsonaro, entre elas a declaração de setembro de 2018, em que o então candidato à Presidência afirmou “vamos