A Justiça determinou pela segunda vez que o Ministério da Saúde informe em seu site se os “feijões milagrosos” vendidos pelo pastor Valdemiro, da Igreja Mundial do Reino de Deus, têm ou não efeito contra Covid-19.
O preço dos feijões vendidos pelo pastor bolsonarista varia entre R$ 100 e mil reais, dependendo da gravidade da doença desenvolvida pelo fiel.
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) apontam que o pastor Valdemiro Santiago está cometendo abuso da liberdade religiosa e propaganda enganosa.
Essa é a segunda vez que o Ministério da Saúde é notificado para que o esclarecimento seja feito em seu site, mas sem resposta até agora.
Valdemiro Santiago é ferrenho apoiador do governo Bolsonaro, do qual já recebeu passaporte diplomático.
A Igreja Mundial do Poder de Deus informou que “a semente não é a promessa de cura, mas o início de um propósito com Deus. É uma figura de linguagem amplamente mencionada nos textos bíblicos”.
Em vídeo, Valdemiro afirma que os feijões salvaram pacientes que estavam “em estado terminal, gravíssimo”.
O pastor, que se auto intitula “apóstolo”, fez sua fortuna explorando a fé alheia. Segundo o jornalista Ricardo Setti, Valdemiro comprou, em 2020, um jato que custa mais de 59,3 milhões de dólares.
Em 2012, a Receita Federal, junto com a Polícia Federal e o MPF, desmontou um esquema de compra de aeronaves no exterior sem pagamento de impostos no Brasil do qual Valdemiro fazia parte.
Flagrado pela Operação Pouso Forçado, Valdemiro Santiago abandonou em Campinas um Falcon 900, que estava em nome da Wilmington Trust Company, mas era arrendado pela Global Jet Leasing Inc., e, de acordo com a investigação, era usado por ele.
Na época, o avião foi avaliado pela PF em R$ 22,5 milhões. O jato foi posto em leilão pela Receita, em 2013.
