“O que ele fez é crime contra a saúde e contra as regras de conduta do Exército, contra autoridade judicial”, prosseguiu o vice-presidente da CPI da Pandemia
O vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, “se indiciou” por ter participado, sem máscara, de uma manifestação junto com Jair Bolsonaro no domingo (23), no Rio de Janeiro.
O país passará, nesta segunda-feira (24), a marca de 450 mil mortos pelo coronavírus. Jair Bolsonaro segue dedicado a espalhá-lo ainda mais.
Segundo Randolfe, “o senhor Eduardo Pazuello se indiciou, é o primeiro caso em uma CPI no qual a pessoa se indicia. O que ele fez hoje (domingo) é crime contra a saúde, contra as regras de conduta do Exército, contra autoridade judicial”.
Em seu depoimento à CPI, Pazuello disse que defendia o distanciamento social e que as fotos que o flagraram andando sem máscara num shopping em Manaus eram de situações extraordinárias.
No Twitter, Randolfe compartilhou uma notícia falando que as vacinas da Pfizer e AstraZeneca são efetivas contra a variante de Manaus e comentou: “enquanto os que negam a ciência se aglomeram, a ciência trabalha para salvar vidas!”.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou que Pazuello será reconvocado pela Comissão para prestar depoimento.
Segundo o site Congresso em Foco, a cúpula do Exército decidiu mandar Pazuello para a reserva por ter desrespeitado o estatuto militar. Por ser general da ativa, Eduardo Pazuello não podia ter participado da manifestação.
O ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, apoia a punição contra Pazuello.
“O que Pazuello fez não pode passar em branco, porque, se assim o fosse, estaria se incentivando o desrespeito a regras que são, vamos dizer assim, fundamentais de uma Força Armada”, declarou o ex-ministro.
A decisão “vai caber ao comandante do Exército, não vou me antecipar”. “Até aqui, as Forças Armadas tiveram comportamento impecável: você não tinha visto ainda militar algum da ativa se manifestando ou tendo qualquer participação política”, continuou.
“Uma coisa são militares da reserva que estão ocupando cargos políticos, outra é um general da ativa fazer o que Pazuello fez”, completou.