O ministério do Comércio chinês repudiou o anúncio, feito pelo representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, de sobretaxa de 10% sobre US$ 200 bilhões em exportações chinesas, afirmando que Pequim “será forçado a tomar as contramedidas necessárias”. Na semana passada, Pequim respondeu com sobretaxas sobre US$ 34 bilhões de produtos americanos após ataque comercial nesse montante desencadeado por Washington.
A China irá apresentar uma queixa adicional à OMC sobre esses atos unilaterais dos EUA, que chamou em comunicado de “completamente inaceitáveis”. A chancelaria chinesa classificou as ameaças de Washington de “intimidações típicas” e “luta entre o unilateralismo e o multilateralismo”. A nova lista de Washington inclui mais de 6 mil produtos chineses.
Conforme o jornal chinês “Global Times”, “a lista tarifária mais recente mostra que os EUA não conseguiram subjugar a China com ameaças tarifárias anteriores e decidiram aumentá-las. Não se sabe se Washington pretende realmente aplicar a lista ou simplesmente extorquir a China”.
As tarifas mais recentes passarão nos EUA por um processo de revisão e audiências de 20 a 23 de agosto e a decisão sobre a implementação será tomada até 30 de agosto. Também em agosto a Casa Branca decidirá quanto a sobretaxas a outros US $ 16 bilhões em produtos chineses.
A ação do governo Trump foi ainda contestada dentro dos EUA. Porta-voz da Câmara de Comércio dos EUA alertou que “a imposição de tarifas sobre outros US$ 200 bilhões em produtos aumentará os custos de bens de consumo diário para as famílias americanas”. O presidente do comitê de Finanças do Senado dos EUA, o republicano Orrin Hatch, advertiu que o anúncio parece “imprudente” e não é uma abordagem “com o direcionamento correto”.