A deputada federal Luísa Canziani (PR) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar o PTB em razão da perseguição e calúnias desferidas contra ela pelo presidente nacional da legenda, o bolsonarista Roberto Jefferson.
Luísa argumenta que “o PTB mudou de símbolo, de estatuto e de slogan” para aderir ao bolsonarismo. O processo será relatado pelo ministro Edson Fachin, vice-presidente do TSE.
Roberto Jefferson acusou a deputada de ter gravado uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, mas não apresentou provas. O processo no Conselho de Ética ainda não foi concluído.
Jefferson diz que Luísa gravou Milton Ribeiro “a pedido da Globolixo”.
Atualmente, Roberto Jefferson é amigo próximo e conselheiro de Jair Bolsonaro. Ele já convidou publicamente Bolsonaro a se filiar ao partido para ter por onde se candidatar em 2022, mas ainda não obteve resposta.
Roberto Jefferson traiu toda a história e a tradição trabalhista do Partido Trabalhista Brasileiro, fundado por Getúlio Vargas e que também foi de João Goulart. A carta testamento de Vargas foi excluída dos símbolos do partido.
A deputada Luísa Canziani pede ao TSE autorização para mudar de partido porque a legenda se descaracterizou e abandonou seus princípios.
“O PTB mudou de símbolo, de estatuto e de slogan. Passou a radicalizar posições políticas e ideológicas. Expurgou de seus quadros lideranças históricas, interveio em diretórios, nomeou novas lideranças – algumas recém-filiadas, como no caso paranaense”, disse na ação.
“De 2018 [eleição de Luísa] para cá, a requerente – e todo o seu eleitorado – viu o partido ser descaracterizado por completo em cores, símbolo e programa, bem como, especificamente no seu Estado, ter o seu presidente e liderança histórica (além de ser seu pai, o que é ainda mais traumático) alijado da direção estadual que depois foi ocupada, sem eleição ou consulta, por alguém que sequer era filiado até então”, continuou.