E pensa em trocar o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, pela ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na vice da sua chapa
A estagnação no eleitorado de Jair Bolsonaro e sua desvantagem de pelo menos 12 pontos percentuais em relação a Lula, registradas pelas pesquisas eleitorais, estão fazendo com que Bolsonaro e seus aliados se desentendam e gerem conflitos.
Tentando ganhar votos entre as mulheres, com as quais tem rejeição maior e intenção de voto menor do que com os homens, Jair Bolsonaro planejava colocar sua esposa, Michelle Bolsonaro, na propaganda partidária e eleitoral.
Entretanto, Michelle se recusou a participar dos programas.
A ideia é que ela aparecesse em 10 das 40 inserções na televisão que o PL, partido de Bolsonaro, tem em junho, mas ela não gravou nenhuma.
Entre as mulheres mais pobres, a rejeição a Jair Bolsonaro chega a 60%, enquanto entre as de classe mais alta é de 56%, apurou pesquisa Datafolha.
Lula tem 49% das intenções de voto entre as mulheres, enquanto Bolsonaro tem apenas 23%.
Também na busca desesperada de ganhar votos entre as mulheres, aliados de Jair Bolsonaro estão insistindo para que ele troque o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, pela ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, como candidato a vice-presidente em sua chapa.
Bolsonaro falou que “isso vai ser decidido mais tarde”. Por enquanto, Tereza Cristina está fazendo sua pré-campanha para o Senado Federal no Mato Grosso do Sul.
A pesquisa FSB, contratada pela BGT Pactual, que foi divulgada na segunda-feira (13), mostra que Lula está com 44% das intenções de voto entre todos os brasileiros.
Bolsonaro, 12 pontos atrás, tem 32%.
Em um segundo turno disputado pelos dois, Lula venceria, hoje, com 56% contra 36%.
A pesquisa ainda mostrou que 60% das pessoas desaprovam o modo que Jair Bolsonaro governa. Apenas 36% falaram que aprovam.
FLÁVIO E CARLOS DISCUTEM
Depois que as propagandas partidárias começaram a circular, o vereador do Rio de Janeiro e filho de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, fez um comentário nas redes sociais criticando o “papo de profissionais do marketing” presente nas peças publicitárias.
“Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…. Meu Deus!”, disse Carlos.
Em entrevista à CNN, o senador Flávio Bolsonaro rebateu a crítica do irmão e defendeu a propaganda pró-Bolsonaro. “Para mim, as inserções do partido foram perfeitas. Isso foi fruto de muito trabalho, de muito estudo. Não foi um achismo”, disse.