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Ministro Moraes pede opinião do órgão após receber duas notícias-crime
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitação para se manifestar sobre duas notícias-crimes de autoria do Partido dos Trabalhadores (PT) e de parlamentares petistas pelas quais o deputado Eduardo Bolsonaro deveria ficar proibido de sair do Brasil em virtude de suas movimentações nos EUA contra o País e a soberania nacional.
Desde que Donald Trump retornou à Casa Branca, Jair Bolsonaro e membros de sua família, principalmente o filho Eduardo, que anuncia aos quatro ventos ser amigo pessoal do filho do presidente norte-americano, buscam extrair, de forma obsessiva, ações do governo dos EUA contra o governo brasileiro, da mesma forma que em relação às decisões do ministro Moraes.
As articulações de Eduardo Bolsonaro nos EUA são amplamente difundidas por ele próprio, sempre com o endosso do pai e do entorno bolsonarista, sedento em criar problemas para o governo Lula e constranger o Supremo Tribunal Federal.
Os deputados Rogério Correa (PT-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) pedem em suas ações que o filho de Bolsonaro entregue o seu passaporte, diante das flagrantes ações que agridem a soberania do Brasil em suas frequentes viagens aos EUA.
Não por outro motivo, Bolsonaro e sua horda calaram-se quando Trump resolveu promover um tarifaço contra produtos brasileiros exportados aos EUA, afetando vários setores econômicos – fato que atingiu muitos outros países e que não teve uma relação direta com a ação bolsonarista.
Nem mesmo o descaso com que Trump e sua assessoria tratou Michelle e Eduardo Bolsonaro – e toda uma delegação bolsonarista – na solenidade oficial da posse do novo presidente norte-americano refluiu a compulsão desse grupo em buscar nos assemelhados golpistas dos EUA a salvação política para um ex-presidente inelegível, indiciado por golpe de Estado e à espera de outros prováveis indiciamentos por conta da falsificação de cartões da vacina contra a pandemia e o desvio de presentes do Estado para seu patrimônio pessoal.
Caberá, agora, ao procurador-geral, Paulo Gonet, se manifestar sobre o pedido do PT e dos deputados do partido, o que deve acontecer no prazo de 5 dias.
As petições foram apresentadas a Moraes no âmbito de um inquérito sigiloso do STF que apura atos antidemocráticos. Os petistas atribuem a Eduardo Bolsonaro crimes de obstrução de investigação de organização criminosa, coação no curso do processo e atentado à soberania e apontam o filho do ex-presidente como responsável por articular, nos Estados Unidos, retaliações ao Brasil e ao STF, particularmente ao próprio Alexandre de Moraes.
Vale lembrar que, com apoio de Trump e sua base parlamentar, a Câmara dos Deputados dos EUA analisa um projeto de lei que impede a entrada no país de “agentes estrangeiros” que tenham violado a liberdade de expressão de cidadãos americanos em solo americano, algo endereçado principalmente a Moraes, no caso do Brasil.
O ministro e integrantes do governo Trump, como Elon Musk, braço-direito do presidente americano, entraram em rota de colisão em razão de decisões sobre bloqueio e retirada de perfis e conteúdos golpistas das redes sociais.
MAC