O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que se manifeste em até cinco dias sobre a “justificativa” dada por Jair Bolsonaro para ter se escondido na Embaixada da Hungria logo depois de ter seu passaporte apreendido.
A posição da PGR pode ajudar o Supremo a decidir pela prisão preventiva de Jair Bolsonaro por tentar fugir da Justiça.
A defesa de Jair alegou que ele passou dois dias na Embaixada da Hungria para discutir questões políticas, já que “sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”.
Falou também que o ex-presidente não tem nenhuma “preocupação com a prisão preventiva”, mesmo com as diversas provas colhidas contra ele na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Por isso, argumentou, “é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”.
A Polícia Federal já reuniu provas que demonstram que Jair Bolsonaro encabeçou as articulações e discussões em seu governo para que fosse dado um golpe de estado, buscando impedir a posse de Lula.
Bolsonaro providenciou decretos presidenciais que instalariam a ditadura, mas não os assinou porque os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, foram contrários.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, contou toda a trama para a Polícia Federal em seu depoimento de colaboração premiada.