
A economia da Zona do Euro cresceu 0,4% no segundo trimestre do ano, anunciou o Eurostat, o bureau de Estatística da União Europeia. A UE dos 28 teve desempenho igual: 0,4% na comparação com o trimestre anterior. Os dezenove da Zona do Euro avançaram no mesmo ritmo que no trimestre anterior, mas três décimos a menos do que no mesmo período do ano passado. Entre as principais economias europeias, a Alemanha cresceu a 0,5%, enquanto França e Itália tiveram desempenho pífio, 0,2%. A Espanha cresceu 0,6%.
Comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, o PIB ajustado sazonalmente se elevou em 2,2% – tanto na Zona do Euro como no conjunto da UE -, depois de +2,5% e +2,4% respectivamente nos trimestres prévios. Ou seja, há uma tendência de desaceleração. Conforme o El País, foi “a surpresa favorável” do desempenho alemão – mais 0,5% – que evitou “grandes males no último minuto”, mas a desaceleração “lança no chão os argumentos que atribuem os dados ruins do início do ano a fatores sazonais”.
No ano passado, a Europa teve o maior crescimento da última década, graças à desvalorização do euro, que favoreceu as exportações, às torneiras abertas do Banco Central Europeu (BCE), comprando papeis dos bancos com sua versão do ‘quantitative easing’, e ao preço em baixa do petróleo e energia. Mas , com a guerra comercial de Trump, o desassossego na Turquia, as ameaças de sanção contra quem fizer comércio ou investimento com o Irã e o aperto sinalizado pelo BCE os presságios para os próximos períodos não são exatamente os mais animadores.
Por agora, as conversações entre Jean-Claude Juncker e Donald Trump afastaram – ou adiaram – as temidas sobretaxas sobre os automóveis europeus, mas se considera que se trata de uma trégua “de termos vagos”. As sobretaxas sobre aço e alumínio foram mantidas, assim como a resposta europeia. A Itália continua enferma, e o desabamento da ponte em Gênova só revela que o tempo está se esgotando. Um dos líderes da Liga, Giancarlo Giorgetti, denunciou que a Itália poderá ser atingida por um ataque especulativo em breve. Na Turquia, a exposição à dívida de bancos franceses, espanhóis e italianos supera os 100 bilhões de euros e preocupa o BCE. Não há luz à vista no túnel do Brexit, conforme advert&eci rc;ncia do chanceler inglês, quanto à possibilidade de saída sem acordo.
A melhora na Alemanha observada no segundo trimestre refletiu o aumento do consumo interno e dos gastos públicos. O governo Macron culpou a greve contra a privatização das ferrovias pelos números decepcionantes na economia. Enquanto isso, o PIB dos EUA no segundo trimestre subiu + 1% (após 0,5% no primeiro trimestre), o que é mais do que o dobro do resultado europeu. Ainda assim, analistas afiançam que o crescimento europeu permanece “sólido” por ser apoiado pelo crescimento “do consumo e do emprego”. Mas a própria máfia de Bruxelas não está tão segura: em junho, reduziu para baixo em dois décimos a previsão de crescimento para este ano, situando-a agora em 2,1%.