Carlos Bolsonaro publicou uma mensagem manifestando o seu inconformismo com o puxão de orelhas que levou por divulgar vídeo do astrólogo virginiano Olavo de Carvalho xingando o vice-presidente, Hamilton Mourão e os demais militares do governo.
“Começo uma nova fase em minha vida. Longe de todos que de perto nada fazem a não ser para si mesmos. O que me importou jamais foi o poder. Quem sou eu neste monte de gente estrelada?”, choramingou Carlos, se referindo aos militares que integram o governo do pai.
Desde que foi obrigado a retirar o vídeo de Olavo de Carvalho esculhambando os militares do ar, Carlos, conhecido como pitbull, tomou duas decisões.
A primeira foi se chocar diretamente com o “sistema”. Bateu o pé e escondeu a senha do twitter oficial de seu pai. Por dois dias ele reteve a senha e o presidente não pode publicar nada.
A segunda foi refugiar-se em seu lugar predileto e não responder a ninguém. O vereador do Rio foi para o clube de tiro “Escola Tiro. 38”, em São José, na Grande Florianópolis. Deve ter ido treinar pontaria. A rotina de Carlos no local foi compartilhada nos perfis nas redes sociais do clube e do proprietário, Tony Eduardo.
Em um vídeo publicado pelo Clube 38, é possível ver o vereador fazendo quatro disparos em direção a um alvo com uma pistola .40. Não dá para ver qual era a silhueta do alvo. Já em outro, divulgado pelo dono do local, Carlos é presenteado com uma faca artesanal, de modelo Hunter e personalizada com o seu nome e sobrenome.
Coincidentemente, este é o mesmo clube de tiros onde Adélio Bispo, preso em Minas Gerais, foi visto antes de dar a facada no então candidato Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral, em Juiz de fora, Zona da Mata de Minas Gerais. A birra do filho fez Bolsonaro se esforçar em tentar “virar a página” do episódio.
Precisou o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, dizer que “o presidente deseja colocar um ponto final nos desentendimentos”, para Carlos parar de fazer birra e devolver a senha da página oficial do presidente.
Bolsonaro teve que garantir, segundo o porta-voz, que seu filho “sempre estará do seu lado em todas as discussões”, para poder obter a senha de volta. Ele “é sangue do meu sangue”, comentou o presidente.
Apenas um dia depois desse quiproquó todo, Carlos voltou a disparar sua metralhadora contra Mourão. Ele citou uma entrevista em que o vice-presidente defendeu a permanência no Brasil do ex-deputado Jean Wyllys, do PSOL.
Segundo o vereador, “caiu no colo de Mourão algo que jamais plantou. Estranhíssimo seu alinhamento com políticos que detestam o presidente. Qualquer um sabe que Jean Willians não saiu do Brasil por perseguição, mas por uma esperta jogada política cultural”.
“Lembro que não estou reclamando do vice só agora e tals…. São apenas informações! Não ataco ninguém”, continuou Carlos.
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