Apesar da promessa feita por Jair Bolsonaro de que teria “carta branca” para atuar como secretária especial da Cultura, Regina Duarte teve sua indicação para a secretaria da Diversidade Cultural anulada pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto.
A nomeação de Maria do Carmo Brant de Carvalho para a secretaria tinha sido publicada no Diário Oficial na manhã da segunda-feira (9), mas foi anulada durante a tarde.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura apenas informou que a anulação da indicação se deu por “entraves burocráticos”.
Desde que assumiu a Secretaria, Regina Duarte vem sendo atacada pelos bolsonaristas. Depois que exonerou Dante Mantovani, que acredita que o rock leva ao satanismo, da presidência da Fundação Nacional das Artes (Funarte), ela foi atacada diretamente pelo guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho.
“Aplaudir a indicação da Regina Duarte parece ter sido uma cagada minha, mais uma entre tantas. Não sei onde vou arranjar tanto papel higiênico”, publicou o astrólogo Bolsonaro em suas redes sociais.
Em entrevista ao “Fantástico”, da Globo, Regina Duarte disse que existe uma “facção que quer ocupar esse lugar, que quer que eu me demita, que quer que eu me perca” que produziu “fake news, acusações não verdadeiras a respeito da proposta, da equipe que está comigo”.
A atriz também comentou que “logo, logo a gente vai ver” a situação do indicado por Jair Bolsonaro para a presidência da Fundação Palmares, que compõe a secretaria da Cultura, Sérgio Camargo.
“É um ativista, mais do que um gestor público. Eu estou adiando esse problema porque é uma situação muito aquecida”, disse.
Durante seu discurso de posse, feito na quarta-feira (4), Regina Duarte disse que “não vai esquecer” que Jair Bolsonaro lhe prometera “carta branca”.
Ainda durante o evento, Bolsonaro já sinalizou as restrições. “Em alguns momentos eu exerço poder de veto em alguns nomes. Já o fiz em todos os ministérios, até porque, para proteger a autoridade, que por vezes desconhece algo que chega ao nosso conhecimento. Isso não é perseguir ninguém. É colocar os ministérios, as secretarias na direção que foi tomada pelo chefe do Executivo”, comentou.