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Jair Bolsonaro se adiantou ao resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse, através da Advocacia-Geral da União (AGU), que está disposto a prestar depoimento presencialmente no inquérito que investiga a sua interferência política na Polícia Federal.
O julgamento sobre o caso seria retomado nesta quarta-feira (6), quando o ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso, informou ter recebido uma petição da AGU dizendo que Jair Bolsonaro mudara de posição.
“Acabei de receber uma petição protocolada pelo AGU em que, em nome de Bolsonaro, manifesta perante ao STF o interesse em prestar depoimento mediante comparecimento pessoal. O presidente solicita somente que o comparecimento pessoal possa ser anteriormente facultado e que marque local, dia e horário”, disse Alexandre de Moraes.
O julgamento sobre o depoimento de Jair Bolsonaro foi iniciado em outubro de 2020, depois de pedir para prestar o depoimento por escrito.
O então relator do inquérito, Celso de Mello, já tinha votado de forma favorável à obrigatoriedade do depoimento ser presencial. O ministro, que se aposentou, argumentou que Bolsonaro é investigado, e não testemunha.
O inquérito investiga a intervenção de Jair Bolsonaro na Polícia Federal para proteger seus aliados e familiares de possíveis investigações.
O caso foi denunciado pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no dia em que pediu demissão do cargo.
Moro disse que Jair Bolsonaro havia ameaçado demiti-lo caso não conseguisse trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro, onde sua família cometeu crimes.
A prova de que estava falando a verdade veio à tona com a divulgação do vídeo da reunião ministerial, em maio de 2020 por determinação do STF.
Na gravação, Bolsonaro diz: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.
Desesperado para tentar proteger os segredos de sua família, Bolsonaro chegou a falsificar a assinatura do então ministro Sergio Moro para demitir o então diretor-geral da PF, Alexandre Valeixo.