Acusado por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e por diretórios estaduais de estar tentando inflar irregularmente sua votação nas eleições prévias do PSDB, João Doria respondeu que “não há razão para ter medo do voto”.
Os diretórios do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará e Bahia enviaram um documento para o diretório nacional afirmando que João Doria e o diretório de São Paulo teriam filiado 90 prefeitos do Estado fora do prazo para sua participação nas prévias.
Segundo o presidente do diretório de São Paulo, Marco Vinholi, que é secretário do governo Doria, as filiações realmente aconteceram, mas aqueles que entraram no partido depois do prazo estipulado (31 de maio) não irão participar da votação que escolherá o candidato da legenda à Presidência da República do PDSB.
“Não existe ilegalidade em eventuais descasamentos entre as datas de filiações, realizadas sempre em conformidade com o estatuto, e as datas dos eventos comemorativos das adesões de novos correligionários de relevo ou das anotações das filiações no ‘filia’ do Tribunal Superior Eleitoral”, considerou.
“É latente que fazemos as filiações pelo crescimento do partido, todos os anos”, continuou.
João Doria falou que “eleição não se ganha no grito, mas no voto. Eu aprendi a respeitar a democracia. Por que ter medo do voto? Não há razão para ter medo do voto”.
A filiação de prefeitos é um tema importante para a discussão interna do PSDB porque o voto deles representará 25% do total, de acordo com a determinação de pesos feita.
O outro candidato nas eleições prévias, ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, disse que a situação deve ser resolvida após uma apuração, e defendeu a expulsão de quem estiver mentindo. “Se houve fraude do governador João Doria, eu peço a expulsão dele do partido, e se houve mentira por parte do governador Eduardo Leite, peço igualmente a expulsão dele do partido. Não dá para nós termos nem um mentiroso, nem um fraudador”, disse.
As eleições prévias do PSDB serão divididas em quatro grupos, cada um correspondendo a 25% dos votos. São eles: filiados registrados até o dia 31 de maio de 2021; prefeitos e vice-prefeitos; vereadores e deputados estaduais e distritais; governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais, presidentes e ex-presidentes do PSDB.
A votação acontecerá no dia 21 de novembro.