A produção de veículos no Brasil despencou 7,3% em agosto, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta quinta-feira (05). Com um mercado interno mergulhado na crise e no desemprego, a queda nas exportações – especialmente para a Argentina – começou a ter ressonância sobre as unidades produzidas nas linhas de montagem e sobre os estoques. Na comparação com agosto do ano passado não só a produção, como também as vendas tiveram baixa: neste caso, os licenciamentos de novos veículos caíram 2,3%.
O impacto da crise na produção das montadoras foi visto em agosto com o fechamento da Ford de São Bernardo do Campo e o encerramento do terceiro turno da Toyota, também na cidade do ABC paulista. O nível de emprego nas montadoras caiu 4% (ou 4.499 trabalhadores) sobre agosto do ano passado, contribuindo para as estatísticas de desemprego e a migração de trabalhadores do mercado formal para informal.
Pelo lado das vendas, era sobretudo o mercado de locadoras de veículos e frotistas que andava sustentando os números razoáveis do primeiro e segundo trimestre, aproveitando a demanda de serviços de motoristas por aplicativo. O varejo, pelos mesmos motivos da produção, não tiveram força para sustentar a redução dessas vendas diretas. Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a respeito do comércio varejista ampliado (que inclui vendas de veículos e materiais de construção) mostrou perda de ritmo sucessiva no segundo trimestre do ano e resultado nulo (0,00%) na última pesquisa (junho).
Exportações
De acordo com os números da Anfavea, as exportações apenas para a Argentina tiveram queda de 34,7%. De um mês para o outro (passagem de julho para agosto) a retração nos embarques de veículos para o país vizinho foi de 12,8%. No acumulado do ano, a exportação de veículos já acumula queda de 37,9%.
PRISCILA CASALE