Em janeiro, a produção industrial caiu -0,8% em relação a dezembro de 2018 eliminando a variação positiva de 0,2%.
Em relação a janeiro de 2018, a indústria caiu -2,6%, após recuar também em novembro (-1,0%) e dezembro de 2018 (-3,6%).
No acumulado nos últimos 12 meses a atividade industrial teve uma variação de 0,5%, mantendo a perda de ritmo iniciada em julho de 2018 (3,4%).
Os números são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (13), que demonstram que a atividade industrial ainda está bem abaixo do patamar de antes da recessão.
Na queda de 0,8% da indústria na passagem de dezembro de 2018 para janeiro de 2019, “três das quatro grandes categorias econômicas e 13 dos 26 ramos pesquisados tiveram quedas na produção”.
A influência negativa mais significativa foi de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,3%).
Também houve resultados negativos nas indústrias extrativas (-1,0%), máquinas e equipamentos (-2,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%), outros equipamentos de transporte (-5,1%), couro, artigos para viagem e calçados (-3,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,5%).
Segundo o IBGE, “entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a dezembro de 2018, bens de capital (máquinas e equipamentos) teve a queda mais acentuada em janeiro (-3,0%), seu terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando redução de 10,2% no período”.
Bens de consumo semi e não-duráveis (-0,4%) e bens intermediários (-0,1%) também recuaram no mês. Por outro lado, bens de consumo duráveis (0,5%) teve a única taxa positiva.
“A gente observa influência negativa dos caminhões, bens de capital agrícolas, bens de capital para fins industriais e de construção”, enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Conforme o técnico do IBGE, há um menor dinamismo da indústria neste começo de ano. “O que chama muito a atenção para o resultado do mês de janeiro, especificamente, é a parte relacionada aos investimentos, em que bens de capital, seja na comparação com dezembro ou com janeiro de 2018, acaba aparecendo como um destaque negativo e importante nesses resultados”.
Conforme o IBGE, “na comparação com janeiro de 2018, a indústria recuou 2,6% em janeiro de 2019, com quedas nas quatro grandes categorias econômicas, 18 dos 26 ramos, 50 dos 79 grupos e 58,5% dos 805 produtos pesquisados”.
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), “a entrada de 2019 deu continuidade à recessão industrial iniciada no final do ano passado”.
“Ao invés de progredirmos, estamos nitidamente regredindo nos últimos meses. Em jan/19, a produção industrial ainda está 17% abaixo do último pico histórico, atingido em mai/11. Em jun/18 esta diferença era menor, de 14%. Precisaríamos justamente do oposto do que está ocorrendo. O problema desta trajetória é que, mesmo que o setor volte ao positivo nos próximos meses, a descontinuidade do processo de crescimento retira qualidade da reativação do setor, tornando-a menos autossustentada”, acrescentou o IEDI.
Na avaliação do IEDI, “ainda que alguns ramos tenham contribuído mais para a queda registrada, como a indústria farmacêutica e de máquina e equipamentos, a difusão de variações negativas foi expressiva, qualquer que seja a comparação”.