Quatro pessoas acionaram a Polícia Civil para denunciar o professor da rede estadual de Joinville (SC), após ele apoiar o ataque à creche de Blumenau. Segundo o delegado Vinícius Ferreira, responsável pelo caso, dois pais e dois estudantes procuraram a polícia, os relatos foram feitos após o caso ganhar repercussão na última sexta-feira (7).
Entre as denúncias estão também casos de racismo, homofobia, xenofobia e intolerância religiosa, por exemplo. Uma das denunciantes, inclusive, estava na sala de aula quando o professor disse que “mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”, se referindo ao ataque à creche.
Conforme o delegado, as denúncias foram realizadas pelo telefone disponibilizado pela Polícia Civil. Para Vinícius Ferreira, os relatos são importantes para a investigação do caso. “Servem para compreender a gravidade da ação. Aparentemente, não se trata de um caso isolado dentro da sala de aula”, afirma.
A Secretaria de Educação de Santa Catarina instaurou uma investigação contra o professor acusado por pais e alunos de ter feito comentários ofensivos sobre o massacre na creche em Blumenau, na qual as quatro crianças foram assassinadas.
De acordo com o relato que chegou à pasta, ele disse que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”.
O caso foi divulgado pelo portal NSC Total. De acordo com o site, pais e alunos da escola afirmam que o professor costuma fazer comentários violentos, com o uso de xingamentos.
Em nota, a secretaria afirmou que “está ciente da situação envolvendo um professor na escola estadual Dr. Georgi Keller e está tomando todas as medidas cabíveis”.
“A secretaria salienta que, visando o fortalecimento socioemocional, o currículo catarinense trabalha com competências e habilidades que ampliam o respeito e a empatia na sociedade. As coordenadorias regionais também contam com profissionais como psicólogos e assistentes sociais, que compõem o Núcleo de Prevenção às Violências Escolares (NEPRE), para dar suporte às escolas e estudantes.”
O ataque de um homem de 25 anos ao centro educacional Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), nesta quinta-feira (5), matou quatro crianças e arruinou também sonhos recém-realizados por pais e mães catarinenses.
De idades entre 4 e 7 anos, Bernardo Pabst da Cunha, Bernardo Cunha Machado, Larissa Maia Toldo e Enzo Barbosa tinham em comum o fato de serem filhos únicos e de terem sido todos “muito desejados pelos pais”, relatam pessoas próximas. Outras quatro crianças feridas no ataque precisaram ser hospitalizadas e tiveram alta médica.