Em assembleia na quinta-feira (20), os professores da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram o fim da greve da categoria. Após meses de negociação e pressão sobre o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) por reajuste salarial ainda este ano, a categoria decidiu aceitar a proposta do governo federal e suspender a paralisação iniciada em 15 de abril. Com o fim da greve, as aulas na UnB retornam na próxima quarta-feira, dia 26 de junho.
O movimento de greve das universidades federais, que paralisou mais de 60 instituições em todo o país, foi marcado pela postura dura do governo em relação à reivindicação salarial. Sem ceder, o governo manteve o reajuste zero para este ano. Conforme a proposta apresentada, serão concedidos 9% a partir de janeiro de 2025 e de outra parcela, de 3,5%, em abril de 2026.
Como a força da greve, outros pontos da reivindicação avançaram, como a recomposição parcial do orçamento das instituições federais, reestruturação de carreira, com aumento das progressões (valorização por tempo de serviço), e uma Mesa Setorial Permanente de Negociação do Ministério da Educação (MEC).
“Consideramos que tivemos muitas conquistas na greve. Nos mostramos fortes, unidos. Esta saída coletiva tem um significado simbólico desta unidade que se demonstrou em avanços como os aumentos relativos aos benefícios – auxílio-creche, auxílio-alimentação e saúde suplementar. Mas a luta continua. Nossa greve não é fim das mobilizações. Devemos seguir para que as demandas ainda não atendidas sejam ouvidas pelo governo. Estamos vivos e temos força. Este movimento nos comprovou isso”, afirmou Eliene Novaes, presidenta da seção sindical da ADUnB.
Além da UnB, outras instituições lideradas pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) também realizaram assembleias e decidiram pelo fim da greve, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), entre outras. Após assembleias que ainda serão realizadas até o fim de semana, a direção do sindicato nacional fará um balanço do movimento que deverá ser apresentado neste domingo (23).
