“A punição coletiva da população da Faixa de Gaza por Israel, a privação de produtos essenciais e de água, bem como o bombardeio de áreas densamente povoadas são crimes de guerra de acordo com o direito humanitário internacional”, afirmou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, na sexta-feira (27).
Segundo as Nações Unidas, a ordem de evacuação emitida por Israel afetará mais de um milhão de pessoas, metade da população de Gaza, e poderá ter consequências humanitárias devastadoras.
SEM COMBUSTÍVEL
“No que diz respeito ao combustível, ainda não temos um acordo com Israel para poder fornecê-lo à Gaza”, disse Lynn Hastings, representante da ONU para a Coordenação Humanitária nos Territórios Ocupados da Palestina, acrescentando que o combustível que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina recebe também é muito limitado. A fonte da agência é a estação no posto de controle de Rafah, onde o combustível pago pelo Catar é entregue pelo Egito, de acordo com o comunicado da diplomata.
Porém, a agência nem sempre tem acesso a essa fonte devido aos múltiplos problemas de coordenação com o governo israelense. “O combustível está acabando e não há informações sobre outros suprimentos”, resumiu Hastings.
Até à data, as hostilidades causaram mais de 7.000 mortes na Faixa de Gaza, incluindo pelo menos 2.913 menores e mais de 18.000 feridos; e mais de 1.400 mortes e quase 5.500 feridos em Israel, de acordo com os últimos dados disponíveis.
ISRAEL ACUSA ANISTIA INTERNACIONAL DE ‘ANTISSEMITISMO’
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, disse ao portal Político que “a Anistia Internacional é uma organização anti-semita tendenciosa”. Tudo porque a entidade humanitária argumentou que há crimes de guerra perpetrados no conflito entre Israel e o Hamas e apelou a um cessar-fogo imediato.
Haiat também expressou que a Anistia “carece de autoridade moral para se autodenominar uma organização de direitos humanos”.
O motivo da inconformidade é um comunicado divulgado na quinta-feira (26) em que a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, disse que a sua organização registrou provas de “violações dos direitos humanos e crimes de guerra por todas as partes” no conflito.
A ativista, sem apontar para nenhum lado em particular, insistiu que a detenção imediata das hostilidades é a forma mais eficaz de proteger os civis e aliviar o desastre humanitário. Apesar desse esforço de Callamard em ficar equidistante, Haiat tenta desautorizá-la dizendo tratar-se de “uma organização de propaganda que trabalha para os terroristas do Hamas”.
ISRAEL CORTA COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL COM GAZA
As forças da ocupação de Israel estão informando que irão “expandir as operações por terra em Gaza (segundo reporta o jornal israelense Haaretz).
Ao mesmo tempo, as comunicações por internet estão sendo postas for a do ar por ação sabotadora israelense.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh , declarou em entrevista para a rede Al-Araby Al-Jadeed (do Catar) que as falhas generalizadas de comunicação e internet são causadas propositalmente por Israel para aprofundar as atrocidades contra o povo palestino.
“Cortar as comunicações e a internet é uma tentativa por Israel de criar um estado de escuridão de forma a cometerem mais crimes”, alertou Shtayyeh.
“O que está acontecendo em Gaza é uma preparação para uma incursão por terra. É um momento histórico para toda pessoa livre e consciente agir e deter o massacre”, destacou.