“Não façam a relação da Rússia com os Estados Unidos de refém das disputas internas”, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista à rede de televisão norte-americana Fox News, após a cúpula com Trump de Helsinque.
Sobre a acusação do investigador especial Robert Mueller a 12 supostos agentes de inteligência militar russa de ciberataque à campanha de Hillary, Putin disse “não ter o menor interesse” em tal história. “Trata-se de jogos políticos internos dos Estados Unidos”, reiterou.
“Você realmente acredita que alguém agindo do território russo poderia ter influenciado as opiniões de milhões de americanos?”, questionou Putin ao jornalista Chris Wallace, sobre o conto da carochinha da “ingerência russa” nas eleições de 2016, alegação central da farsa do Russiagate. “A ideia seria hackear um e-mail de uma candidata democrata, mas houve manipulação de fatos? Fatos foram forjados? Não”, apontou.
“Os hackers entraram numa conta de e-mail e lá havia informação sobre manipulações feitas dentro do próprio Partido Democrata para que o processo favorecesse certo candidato” [no caso, Hillary], assinalou o líder russo. Como é amplamente sabido e conforme vazado pelo WikiLeaks, o Comitê Nacional Democrata favoreceu acintosamente Hillary e prejudicou Sanders.
Sobre isso, Putin lembrou que “toda a liderança do partido [democrata] renunciou, eles admitiram que houve manipulação”. Ele reafirmou que “não houve” interferência russa nas eleições, mas disse que não era mistério que o povo russo torcesse por Trump porque este estava propondo melhorar as relações com a Rússia, invertendo a política de Obama-Hillary de confrontação entre as duas maiores potências nucleares do planeta.
“Está bem claro para mim que esta é apenas uma luta política interna e não é motivo de orgulho para a democracia americana usar métodos tão sujos e rivalidade política”, acrescentou Putin. Para o presidente russo, deveria ser motivo de comemoração que EUA e Rússia hajam trabalhado juntos para que a cúpula de Helsinque ocorresse. “Estamos começando a chegar a um entendimento. A tentativa do Ocidente de isolar a Rússia não deu certo e nunca dará”.
