A CPI, segundo o senador, cumpre papel didático, pois “eles [os bolsonaristas] compreenderam a necessidade do Judiciário, de equilíbrio entre os Poderes atuando”, ponderou sobre a contradição daqueles que antes se manifestavam nas ruas para fechar o Supremo e o próprio Congresso Nacional
Antes da CPI da Covid-19 no Senado, nesta terça-feira (13), iniciar a tomada do depoimento diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Batista de Souza Medrades, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fez ponderação esclarecedora diante das contradições de membros do governo, em particular do presidente da República.
A CPI da Covid-19 investiga as ações, omissões e inações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
Dessa forma, “esta CPI revelou algo importante, presidente [Omar Aziz]: alguns que outrora propuseram atear fogo no Supremo [Tribunal Federal], resolveram recorrer ao Supremo. Que bom! Eles [os bolsonaristas] compreenderam a importância do Supremo”, ponderou Randolfe.
“Não é o caso da defesa, não é o caso da doutora Emanuela [Medrades], mas alguns outros: o ministro Pazuello, por exemplo, foi lá ao Supremo. Que bom! Isso é didático. Eles [os bolsonaristas] aprenderam a importância democrática”, enfatizou.
“EQUILÍBRIO ENTRE OS PODERES ATUANDO”
“O coronel Élcio [Franco], ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, eu acho que era um árduo defensor do fechamento do Supremo Tribunal Federal: ele compreendeu. Foi didática, senador Izalci [PSDB-DF], esta comissão: eles compreenderam a necessidade do Judiciário, de equilíbrio entre os Poderes atuando”, continuou.
“No Judiciário pode caber discordar, pode caber divergir, cabe na democracia e se recorre das decisões, não é? Então, esta CPI já tem cumprido um papel didático muito importante. Então, nós somos os primeiros, doutora Emanuela, douta defesa, a defender as prerrogativas que a doutora Emanuela aqui está requisitando”, acrescentou.
A CPI foi instalada no Senado em 27 abril e conclui este primeiro ciclo de investigações em 7 de agosto. Com o recesso parlamentar, de 18 a 31 de julho, os trabalhos da comissão serão suspensos e voltam com o reinício dos trabalhos legislativos em 2 de agosto.
Já está certo que os trabalhos da CPI serão prorrogados, por meio de requerimento do senador Randolfe Rodrigues, assinado por 34 senadores, sete assinaturas a mais que o mínimo regimental exigido.
M. V.