Lideranças dos partidos governistas no Congresso Nacional já admitem que a PEC 32, da reforma administrativa, dificilmente será aprovada, e não deve ser votada este ano.
Em meio à impopularidade da proposta e total rejeição por parte das entidades de servidores públicos, movimentos sociais, centrais sindicais, especialistas da área e grande parte da população – e a proximidade das eleições -, os parlamentares da base governista temem perder votos ao ingressarem na canoa furada de Bolsonaro e Guedes ao votarem a favor da PEC.
Apesar dos esforços do presidente da Câmara, Arthur Lira, em aprovar a texto no plenário, os deputados parecem estar de olho no recado das entidades de servidores públicos em todo o país, que já avisaram: “quem votar não volta”.
“O tema não está amadurecido para ir à votação e quanto mais se aproxima o fim do ano, mais o cronograma eleitoral dificulta a sua aprovação”, disse o líder do DEM, Efraim Filho (PB).
Para o líder do MDB, deputado Isnaldo Bulhões Jr, “a reforma administrativa não será votada neste ano e nem no próximo”.
Mesmo com as mudanças feitas no texto pelo relator da matéria, deputado Arthur Maia (DEM), que manteve a estabilidade para os servidores, o deputado Alex Manente, que é a favor da PEC, afirma que não vê “a formação dessa maioria no curto prazo”.
Segundo ele, “o debate está contaminado pelas eleições, e não será fácil aprovar neste ano”.
O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB), contrário à PEC, afirmou: “somos a favor de uma reforma administrativa que melhore a eficiência e a qualidade do serviço público. Essa proposta representa o desmonte do serviço público, com a contratação de temporários por até dez anos e liberação da terceirização”.