O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), afirmou que a queda do presidente da Petrobrás não resolve a crise dos combustíveis.
Para o parlamentar, a renúncia de José Mauro Coelho da presidência da estatal não vai conter os aumentos seguidos dos combustíveis, que não param de crescer em razão da política de dolarização dos preços.
“A demissão do presidente da Petrobrás não resolve a crise dos combustíveis. Três já se foram, e os aumentos de preços persistem. É preciso acabar com a política de dolarização. A principal solução é demitir o presidente da República. Ainda bem que outubro está chegando”, disse.
A política de preços segue o critério de paridade de importação (PPI), o que significa que os preços dos combustíveis levam em consideração a cotação do barril de petróleo no mercado internacional e, também, as oscilações do dólar.
A renúncia do executivo ao cargo e também ao assento que tinha no Conselho de Administração foi informada em comunicado da empresa na segunda-feira (20).
Com a queda de José Mauro Coelho, que ficou um mês e nove dias no cargo, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) terá efetuado a terceira troca de comando na estatal desde o início do governo.
Renildo avalia que a saída de Mauro Coelho não afetará a tendência de alta dos preços nas bombas. Ele aponta que “a disparada do preço dos combustíveis no Brasil é agravada pela incompetência do governo”, que tem aprofundado a crise com medidas intempestivas.
O líder do PCdoB também denunciou a insistência de Bolsonaro em vender o patrimônio público. Para o deputado, a gritaria das bases governistas contra o aumento de preços não é apenas cortina de fumaça para conter prejuízo eleitoral, mas uma estratégia para desgastar a imagem da empresa e entregá-la a monopólios privados.
“Na mira [do governo], está a Petrobrás. Por isso, não me surpreende a estratégia de desgastar a imagem da empresa no país, como se ela fosse a culpada pela alta dos combustíveis”, disse.
Renildo Calheiros lembra que Paulo Guedes, por exemplo, mesmo humilhado e destratado tantas vezes pelo chefe do Executivo, não sai do Ministério da Economia.
“Por que Paulo Guedes fica no governo? Para vender a Eletrobrás, para vender a Petrobrás e para assegurar os interesses dos acionistas. Que se exploda a economia brasileira, que exploda a inflação. Isso, para Paulo Guedes, não vale de nada, porque, daqui seis meses, ele sai do governo e volta para o mercado, para atuar onde ele sempre esteve”, observou.