“Se a esquerda escolher o isolamento, vai piorar a crise no país”, advertiu
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta terça-feira (25), que aceitaria uma aliança do PT com todos os partidos, inclusive o PSDB, que não estiverem “corroborando” com o governo de Jair Bolsonaro e “seus atos de truculência”.
Para Costa, que também é presidente do Consórcio do Nordeste – projeto que visa a parceria entre estados da região para conversarem sobre conteúdos de interesse em comum -, se necessário, ele dialogará com outras siglas para discutir um projeto nacional.
“Quantos temas nós já chegamos e já discutimos com o [João] Doria (PSDB), com o Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande Sul. Não tenho nenhum problema em sentar com eles e conversar sobre pilares necessários à nação brasileira, o futuro deste país”, afirmou o governador baiano.
“Democracia, transformação política e social você só faz com diálogo e com entendimento de conteúdo, de projeto. Se não você vai ficar eternamente refém de bancadas do “toma lá dá cá”. Como hoje o governo federal está fazendo. Criticava tanto e está fazendo”, acrescentou.
Ao ser questionado sobre os frequentes ataques de Bolsonaro à imprensa, Costa afirma que não espera um “padrão civilizatório do presidente”. “Eu não deposito expectativa num padrão civilizatório do presidente. O padrão dele é estimular a agressão, o ódio e as ofensas a todos”, disse.
Sobre a possibilidade de se candidatar para presidente na eleição de 2022, Costa ponderou que prefere manter os seus “pés no chão” referente a essa questão.
“Alguém com a minha história de vida não se declara candidato. Quem faz isso perdeu o controle da sua vaidade. Cada um de nós pode dar muita contribuição e, eventualmente, discutir lá na frente quais são os nomes possíveis de conduzir essa aliança. Pretendo manter meus pés no chão”, comentou.
Costa falou sobre a resistência do PT em participar de uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro. “Acho que se optarmos pelo isolamento, vamos aprofundar o pior para este país, correndo o risco inclusive da ambiência democrática. Aí não sei dizer o que será futuro do país”, analisou.
Ele disse que a declaração de Lula sobre o PT não ter um candidato à Presidência da República em 2022 está “sintonizada” com o seu pensamento sobre as eleições, mas diz que se a esquerda escolher o isolamento, vai piorar a crise no país.