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Capitão cloroquina jogou a culpa em todo mundo pelo desastre que é o seu governo
Qualquer pessoa normal que assista uma live de Bolsonaro, como a da última quinta-feira (7), percebe que ele está fazendo qualquer outra coisa menos governar o Brasil. A conclusão de qualquer um é que é um completo desqualificado para o cargo. Não trata assunto nenhum de maneira séria. Não se responsabiliza por nada. Sempre joga a culpa nos outros pela tragédia que é o seu governo.
Na pandemia então, ele é o sabichão. Insistiu na charlatanice da cloroquina e outras drogas ineficazes. Voltou a atacar as medidas sanitárias e a dizer que só ele tem razão e que o mundo todo esta errado. Chegou a insinuar que, se ele é genocida, “como dizem”, “Joe Biden, presidente dos EUA, também seria”.
Para justificar o ataque a Biden, ele inventou que proporcionalmente morreu mais gente nos EUA no governo do democrata do que no governo de seu guru, Donald Turmp. É uma estupidez sem limite. Uma subserviência total à extrema-direita americana.
A explosão da inflação, por exemplo, é um outro assunto que, segundo ele, não lhe diz respeito. Não tem nada a ver com seu governo. Ele, que autoriza aumentos praticamente semanais nos preços dos combustíveis e contribui diretamente, através de suas insanidades, com a escalada do dólar, dois fatores que pesam muito na inflação, culpa até o papa pela crise. O cínico garante que ele não tem culpa de nada. Chegou ao absurdo de culpar o combate à pandemia pela inflação.
Foi a forma que ele encontrou para atacar governadores e prefeitos, como sempre faz. É como se eles tivessem algo a ver com sua desastrosa administração. As tarifas de energia elétrica, por exemplo, outro fator a puxar para cima a inflação, foram elevadas por decisão exclusiva do governo federal. Os estados não têm nada a ver com isso. É dele a responsabilidade de planejar a gestão do setor elétrico. A opção de não investir em fontes alternativas de energia é do Planalto e de mais ninguém. Mas, Bolsonaro finge que não tem nada com isso.
Sobre os preços dos alimentos, a versão inventada na live é ainda mais ridícula. Primeiro ele dizia que o agronegócio não parou durante a pandemia e que continuou alimentando a população e o mundo. Agora, muda a versão e diz que os preços dos alimentos estão subindo por causa das medidas de combate ao coronavírus tomadas lá atrás pelos governadores. Ou uma coisa ou outra. Ou seguiu funcionando ou parou. Ele faz essa confusão para fugir da discussão da falta de politica agrícola e de abastecimento, que é responsabilidade única do governo federal.
Bolsonaro e Guedes acabaram com os estoques reguladores, deixaram os especuladores soltos e desvalorizaram o real estimulando as exportações. Com os preços dolarizados, o produtor passou a cobrar os preços dos alimentos dentro do país pelo valor que ele obtém em dólar lá fora. Resultado: a inflação explodiu. E o governo não fez nada para enfrentar o problema. Aliás, fez sim. Decidiu aumentar os juros. Vem fazendo isso direto. O resultado é o agravamento da crise e da estagnação econômica que já vinha se arrastando há anos. Já há uma série de economistas apontando que, com essa política, o Brasil está entrando numa estagflação, ou seja, inflação com estagnação.
Mais cínica ainda foi a comparação que ele fez de preços de produtos agrícolas brasileiros, tipo batata e tomate, cobrados nas prateleiras do país, com os preços dos mesmos produtos praticados nos Estados Unidos e em outros países. Tudo para tentar convencer a população de que lá está mais caro do que aqui e que, portanto, a inflação não está tão alta assim no Brasil. É fato que a inflação não está ocorrendo somente no Brasil, mas são poucos os lugares do mundo onde o povo, sem renda, está disputando pedaços de ossos nos açougues do país.
Em suma, Jair Bolsonaro teve que admitir, em sua live, que seu governo não é desastroso apenas na falta de um combate sério à pandemia de Covid-19, o que já causou a morte de mais de 600 mil brasileiros, mas também nos resultados trágicos na economia. Mas, apesar de admitir que a coisa está feia, ele quis passar a ideia de que o problema não é dele. É do mundo inteiro, dos governadores, da oposição, da máscara, do ICMS, etc, etc.
Ao longo da transmissão, Bolsonaro citou dados da economia em diversos países. O intuito era convencer a população de que a carestia, o desemprego, os despejos e a fome que estão assolando a população brasileira não estão ocorrendo só aqui e que não são tão graves assim. Chegou ao cúmulo de dizer que “o Brasil é um dos países que menos sofreu na economia por causa da pandemia”. Ou seja, os 33 milhões de pessoas desempregadas ou subempregadas não é um problema grave, na visão do capitão cloroquina. Ou seja, ao contrário do que dizem as pesquisas, Bolsonaro quer convencer o país de que seu governo está uma maravilha.
Como não dá mais para esconder a tragédia que se aproxima, fruto de seu desgoverno e de seu negacionismo, ele falou da ameaça de desabastecimento. “O Brasil deve enfrentar problemas de abastecimento no ano que vem”, disse ele. Mas, para variar, ele não teria nada a ver com isso. O irresponsável culpou a China. “Eu vou avisar um ano antes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento ano que vem”, declarou. Como dissemos no início, quem assiste isso se convence da necessidade premente de interromper esse governo o mais rapidamente possível.
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