A correria de Trump e seus aliados para escolher uma juíza vitalícia da Corte Suprema dos Estados Unidos é como “um último suspiro deste partido abastecido por uma elite bilionária que quer impor uma agenda extremista de direita ao país”, afirmou a senadora Elizabeth Warren na quarta-feira (23).
Warren destacou que “a lista do que está em jogo se os republicanos conseguirem consumar seu projeto extremista na Suprema Corte é verdadeiramente impressionante”.
A condenação pela senadora democrata à tentativa de preencher a toque de caixa a vaga deixada pela juíza Ruth Bader Ginsburg (RBS), que faleceu no dia 18 de setembro, aconteceu durante seu pronunciamento em homenagem à juíza da tribuna do Senado norte-americano.
“Ruth Ginsburg foi uma mulher que não deixou que nenhum homem a silenciasse”, destacou a senadora Warren – que disputou com Bernie Sanders, entre outros, a indicação para candidata a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, disputa que foi vencida por Joe Biden – enfatizou, em meio às homenagens à juíza, que “o tributo mais adequado a ela é a recusa em ficarmos silentes e a decisão de nomearmos exatamente o que Donald Trump e os senadores republicanos estão tentando fazer: surrupiar outro assento na Suprema Corte”.
“Este tipo de comportamento corrupto e de duas medidas”, acrescentou Warren, “parte do desespero de quem [diante dos resultados previstos para as eleições deste ano] está sobre-representado no Congresso”. Warren se refere ao fato de que os mesmo republicanos foram contra uma indicação de Obama à Corte ao surgir uma vaga dez meses antes do pleito e, agora, com menos de 60 dias antes do voto, que aliás em alguns lugares já começa pelo correio, acham, de repente, correto nomear outra juíza para a vaga deixada pela ilustre falecida, ainda durantes as homenagens a sua brilhante passagem pela justiça.
Caso Trump e o Senado controlado pelos republicanos consigam correr para pegar um assento na Suprema Corte às vésperas das eleições a despeito da ampla oposição constatada na opinião pública, os democratas têm a obrigação de “explorar todas as opções que tivermos para restaurar a credibilidade e integridade da Suprema Corte”.
Ela alertou que esse movimento de atropelar a Corte encabeçado por Trump “coloca em perigo a cobertura de Saúde [Healthcare] para milhões de pessoas, ameaça os direitos da mulher no que se refere ao aborto e a superação das restrições ao direito de voto de milhões de eleitores e as regras de defesa do meio-ambiente”.
“Tenho esperança, pois essa é uma luta por direitos justos, e sei que milhões de norte-americanos também estão nesta luta”, finalizou a senadora.
