Os servidores públicos federais, estaduais e municipais estão mobilizados para um dia de paralisação nacional, em 18 de agosto, contra a proposta de reforma administrativa (PEC 32).
“A greve e manifestações no dia 18 também terão como importante tarefa ampliar o engajamento da sociedade no enfrentamento a esta reforma, que, caso aprovada, acarretará no desmonte dos serviços públicos além de abrir as portas para a privatização”, afirma o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe).
Manifesto assinado pelo Fonasefe, pela União dos Policiais do Brasil (UPB), e pelas centrais sindicais, denuncia que o projeto do governo “acaba com os serviços públicos e entrega a saúde, a educação e a segurança aos interesses de grupos privados. Ou seja, você vai ter que pagar por um serviço que é dever do Estado. Se aprovada, a PEC 32 resultará na destruição dos serviços públicos”, ressalta o manifesto.
Os servidores alertam que “ao invés de ter trabalhadores concursados, o governo poderá contratar empresas privadas para a gestão dos serviços prestados à população. A Reforma Administrativa ainda poderá fazer com que você tenha de pagar por serviços que hoje são direitos. Essa medida só interessa aos poderosos, que mais uma vez vão se beneficiar de um projeto que tira dos pobres para dar aos ricos”.
SERVIDORES DO JUDICIÁRIO
Engrossando as mobilizações para a greve geral do funcionalismo público, os servidores da Justiça, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul aprovaram por unanimidade, na quarta-feira (11), adesão às mobilizações convocadas para a próxima quarta-feira (18), contra a PEC 32. A decisão foi tomada em uma assembleia geral unificada.
Fabiano Zalazar, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Sindjus/RS), destacou a importância da luta unificada para barrar a PEC 32. “Temos que lutar contra a reforma administrativa, pois ela também afeta as progressões e isso vai prejudicar nossas carreiras, além de inúmeros prejuízos para a sociedade”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público (Simpe), Jodar Prestes, ressaltou que o projeto da “reforma” administrativa atinge atuais servidores, aposentados e futuros servidores.
“Precisamos nos mobilizar e dar o recado para os nossos parlamentares, o texto que está tramitando não tem nenhuma possibilidade de melhoria. Não somos contra a melhoria do serviço público, somos contra a destruição, que é a proposta que está no Congresso Nacional”, alertou.
Thomas Nicolas Vieira, presidente do Sindicato dos Servidores da Defensoria Pública, lembrou que foi a denúncia feita por um servidor com estabilidade que impediu uma fraude bilionária na compra de vacinas. Para ele, “reforma é para melhorar, e o serviço público necessita sim de melhora e aprimoramento. O que o serviço público não precisa é de fragilidade, que é o que essa reforma faz, quando quebra estabilidade e cria diversos tipos de vínculos”.
A programação do dia 18 inclui manifestações por todo o país, assembleias nas entradas e nos locais de trabalho, nas ruas, panfletagem em pontos de ônibus, terminais de trem, metrô, diálogo com a população, paralisações, carreatas e ações nas redes sociais em defesa do setor público. No Rio Grande do Sul, o ato está sendo programado para às 18h, na Esquina Democrática.