Os servidores públicos municipais da capital paulista decidiram manter a greve deflagrada no início de semana pela revogação da reforma da Previdência Municipal. A assembleia da categoria foi realizada na quinta-feira (7), em frente à prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá.
A paralisação começou na segunda-feira (2), com os professores. De acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) 80% das escolas municipais estão paradas. No mesmo dia, o restante das categorias de servidores decidiram aderir à greve.
Os funcionários públicos querem que a reforma previdenciária do município seja revogada. A Lei 17.020/2018 foi aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito no final do ano passado, sob forte protesto dos servidores. Ela fixa o aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos funcionários públicos de 11% para 14% e cria um sistema de previdência complementar para novos trabalhadores com remuneração superior ao teto de R$ 5,6 mil.
Além da revogação da reforma da Previdência, os servidores pedem valorização e “revisão geral salarial de 10% para os servidores ativos, aposentados e pensionistas”. Segundo eles, isso poria fim à política “de reajuste adotada pela prefeitura nos últimos anos de conceder ao funcionalismo reajuste de 0,01%”.
Durante a manifestação o presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, lembrou que desde 2015 a categoria tem se mobilizado contra a reforma da previdência municipal.
“A luta pela reforma da Previdência municipal começou em 2015, contra o Projeto de Lei nº 558, que criava a Sampaprev, apresentado pelo prefeito Haddad. Em 2016, lutamos e conseguidos com que o PL fosse retirado da Câmara, no mês de agosto. Antes de deixar o governo, Haddad reapresentou o projeto de lei ao Legislativo. Também com a nossa luta conseguimos impedir a aprovação deste projeto no governo Doria e, em março [de 2018], colocamos 100 mil vozes nas ruas, que disseram não ao confisco de salários”, afirmou Fonseca.
Os funcionários também fizeram protestos na região central da cidade e seguiram até a Avenida Paulista, interditando uma das via em frente ao Masp, no sentido Consolação por volta das 16h40.
A Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Metropolitana acompanharam o protesto e uma manifestante foi ferida por um policial. De acordo com o sindicato, ela foi atendida no Hospital do Servidor Público Municipal.
Segundo a PM, a confusão começou depois que um carro tentou furar o bloqueio e os policiais precisaram intervir. A PM informou que instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias e a ação do policial com base nas imagens apresentadas.