O que a pesquisa mostra é que o povo já sabe que a imagem de combate à corrupção de Bolsonaro era falsa. Só 23% acham que não há corrupção
O esforço que Bolsonaro vinha fazendo para esconder a corrupção que campeia solta em seu governo caiu por terra. O escândalo das vacinas foi só a ponta do iceberg das “rachadinhas” muito mais polpudas que a “famíglia” vinha conduzindo.
Segundo pesquisa Datafolha, divulgado neste domingo (11), 70% dos brasileiros acham que o governo Bolsonaro é corrupto.
De nada adiantou acabar com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) só porque foi ele que descobriu as falcatruas de seu filho (01), e nem perseguir servidores da Receita Federal que detectaram o seu enriquecimento ilícito, que redundou na mansão de R$ 6 milhões em Brasília.
Não adiantou perseguir o juiz Flávio Itabaiana, do Rio de Janeiro, que investigava os malfeitos da família e que descobriu os trinta cheques do operador do esquema, Fabrício Queiroz, depositados na conta da primeira-dama e dos então deputados, estadual e federal, da família.
Não adiantou perseguir Sérgio Moro para tentar controlar a Polícia Federal. A PF é uma instituição que não se deixa controlar pelos interesses menores do submundo bolsonarista.
Em suma, o que a pesquisa revela de forma cristalina é que o povo já sabe que a imagem de combate à corrupção e Bolsonaro era falsa.
Vejam os números
70% dizem que há corrupção no governo
23% dizem que não há corrupção
7% não sabem
A pesquisa ouviu 2.074 pessoas nos dias 7 e 8 de julho. Foram entrevistadas pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Os dados também mostram que 63% dos entrevistados acham que há corrupção no Ministério da Saúde, e 64% acham que o presidente sabia.
Ainda, segundo a pesquisa, os entrevistados que mais acreditam que há corrupção na gestão do presidente Jair Bolsonaro, são: mulheres (74%), jovens (78%), moradores do Nordeste (78%) e pessoas que reprovam o governo (92%). Entre os empresários ouvidos, 50% acreditam que há malfeitos no governo e 48% discordam.