Incomodado com as críticas da senadora Soraya Thronicke (MS) à transformação do 7 de Setembro em pauta eleitoreira, Jair Bolsonaro se referiu à candidata do União Brasil à Presidência da República com desdém.
Em sua “live” semanal na quinta-feira (8), ele se referiu a Soraya como uma “outra lá”, fingindo não saber o nome da sua adversária na disputa pelo Palácio do Planalto.
Via Twitter, a senadora devolveu a grosseria, afirmando que o presidente tem “memória seletiva”. Ela também disparou que trabalhava enquanto Bolsonaro “patrocinava o caos”.
“Memória seletiva a ‘desse daí’. Se esqueceu das bandeiras que o elegeu (sic), se esqueceu que refutava o fisiologismo do Centrão e se esqueceu, também, que um dia pediu voto para mim. Joga meu nome no Google, Bolsonaro. Vai ver que, em várias situações, enquanto eu trabalhava, você patrocinava o caos”, publicou.
Pelas redes sociais, a candidata tinha criticado a manipulação do 7 de setembro por Bolsonaro. ” Divorciado do respeito à data, em pleno 7 de Setembro, o presidente insiste em propagar q é imbrochável – informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro. O que o Brasil precisa, mesmo, é de um presidente incorruptível. Bolsonaro prima pela desqualificação”, escreveu.
“Não podemos admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança. Nem que façam do Dia da Independência uma data eleitoreira. A bandeira é nossa!”, postou depois.
Apesar de insinuar que não lembrava o nome da senadora, Soraya Thronicke foi convidada a participar de duas “lives” do chefe do Executivo em 2019. No ano anterior, quando disputava uma cadeira no Senado, ela apoiou a campanha do então candidato a presidente.
Além disso, ambos estiveram no debate da Band TV no dia 28 de agosto.
Bolsonaro também acusou a candidata de ter se valido do cacife eleitoral que ele dispunha em 2018 para se eleger senadora, mesma crítica que faz a outros adversários políticos.
Na eleição daquele ano, Soraya pediu votos para Jair Bolsonaro no seu Estado e prometeu ajudá-lo a “retomar o desenvolvimento” do Mato Grosso do Sul. À época, ambos eram do mesmo partido – o PSL – e ela se elegeu para o Senado na onda bolsonarista daquela eleição.
Advogada, Soraya Thronicke tem 49 anos. Nasceu em Dourados, onde sua família está há gerações, depois de ter saído do Rio Grande do Sul. Nunca havia tido mandatos eletivos, mas ganhou projeção política ao participar de protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma.
Candidata do União Brasil à Presidência, ela tem criticado Bolsonaro por sua desastrosa gestão – que agora classifica como “caos completo” – e pela forma como trata as mulheres.