Juristas defendem que Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro que cumpre prisão domiciliar por conspiração contra a democracia, volte para o regime fechado depois da divulgação do vídeo. “São inadmissíveis em uma democracia”, disse Rosa Weber
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, divulgaram nota neste sábado (22) repudiando os ataques do aliado de Bolsonaro, o ex-deputado Roberto Jefferson, contra a ministra Cármen Lúcia.
Em um vídeo, divulgado na sexta-feira (21) nas redes sociais, o ex-deputado Roberto Jefferson, em uso de tornozeleira eletrônica, proferiu xingamentos contra a ministra por discordar de um voto dela em julgamento do TSE. Jefferson comentava uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que concedeu três direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que devem ser veiculados em canais da Jovem Pan.
Moraes chamou o ato de “covarde” e informou que “tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da democracia”. Ele disse ainda que as agressões se “escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa ‘liberdade de agressão’.”
Juristas estão defendendo que o ex-deputado, que cumpre prisão domiciliar, volte para o regime fechado depois da divulgação do vídeo. Ele está impedido de usar redes sociais. Jefferson cumpre prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, desde janeiro, e chegou a ser preso em inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que atua com a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Antes ele já cumpria pena por corrupção.
A ministra Rosa Weber também classificou de covardes as agressões e disse que elas “são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura”. “Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios”, afirmou a presidente do STF.
Leia a íntegra da nota de Alexandre de Moraes:
“O Tribunal Superior Eleitoral repudia a covarde e abjeta agressão desferida contra a Ministra Carmen Lúcia e tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, em nossa Ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras.
A utilização de agressões machistas e misóginas demonstra a insignificante estatura moral e intelectual daqueles que, covardemente, se escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa “liberdade de agressão”, que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais.
O exemplo de coragem, competência e honradez da Ministra Carmen Lúcia permanecerá servindo de guia para o Tribunal Superior Eleitoral exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral.”
Leia a íntegra da nota de Rosa Weber:
“O Supremo Tribunal Federal manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a Ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral.
Condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura. Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios.
A Ministra Cármen Lúcia, magistrada de notável saber jurídico e reputação ilibada, ilumina o Supremo Tribunal Federal com sua inteligência, talento, isenção e competência. Sem dúvida, continuará, independente e serena, na defesa intransigente da Constituição, sempre com o respaldo e admiração de seus pares e da comunidade jurídica.
O Supremo Tribunal Federal manifesta, ainda, a esperança de que os princípios que regem a Constituição Cidadã façam aflorar na sociedade brasileira o espírito democrático e a tolerância que o momento eleitoral exige.”
Veja o vídeo com as agressões
não é crível que “gente de bem” possa votar em covardes e porcos agressores de mulheres como jefferson, bolsonaro e camarilha, e outros da mesma régua moral!!!