A cantora Anitta vem manifestando sua insatisfação pelo atual governo Bolsonaro nas redes sociais. Desta vez a cantora publicou uma série de notícias e fotos sobre as queimadas no Pantanal e resolveu cobrar Bolsonaro pela inação e deboche. Isso porque, em um vídeo que circula nas redes sociais, durante reunião ministerial, Bolsonaro dá risada da situação no Pantanal.
“Explica pra gente onde tá a graça do Pantanal pegando fogo? Pelo amor de Deus”, escreveu Anitta ao compartilhar um vídeo em que Bolsonaro aparece em uma reunião dando risada quando o assunto é mencionado. “Tá rindo do que presidente?”, continuou a cantora.
Na reunião, uma criança, sentada ao lado de Bolsonaro, questiona a todos os presentes: “tá pegando fogo no pantanal?”, enquanto pergunta, Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão, e vários outros participantes do encontro caem na risada.
Uma pessoa presente na sala responde à garotinha: “tá pegando fogo, mas o presidente mandou dez aviões lá para ajudar a apagar”. Assista:
Os focos de incêndio no pantanal, segundo perícias realizadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), são provocados por pessoas há cerca de dois meses. Isso quer dizer que não são desastres naturais, mas crimes. Bolsonaro debocha de crimes.
No último final de semana a cantora carioca já havia pedido para Bolsonaro fazer alguma coisa em relação as queimadas, que continuam em expansão no Mato Grosso. De acordo com estimativas do Inpe, mais de 12% do território foi devastado nos primeiros oito meses deste ano, o bioma pode sofrer a pior devastação em 15 anos
“Vambora cuida do que realmente importa, meu Deus. Vai morrer todo mundo senhor”, escreveu a funkeira, que logo em seguida continuou: “Porra dá vontade de correr gritando de ódio… Que porra é essa.”
O avanço do fogo no Centro-Oeste do Brasil está pondo em risco uma das biodiversidades mais ricas do planeta.
Equipes de policiais e bombeiros que atuam no combate aos incêndios relatam um sentimento de tristeza e até mesmo de impotência em alguns casos, pois os incêndios no Pantanal estão deixando marcas de destruição na floresta, no solo, na água, no ar e principalmente sequelas graves nos animais que vivem na região.
A perícia do Ciman-MT que constatou os atos criminoso , analisou imagens de satélite para auxiliar na identificação da origem do incêndio. A plataforma permite o registro diário, assim como a identificação dos focos.
Os laudos foram encaminhados para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) para a abertura de inquérito e responsabilização dos infratores.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), entres os meses de janeiro a setembro de 2020, mais de 5 mil focos de calor foram localizados em propriedades privadas, cerca de 3 mil em terras indígenas e 890 em unidades de conservação.
O Inpe também detectou 10.316 focos de queima desde o início do ano até 3 de setembro, o maior número para o período desde o início dos registros, em 1998. E o pior ainda pode estar por vir – setembro é o mês com a média mais alta de focos e a chuvas costumam chegar na segunda metade de outubro. Pelo menos em Mato Grosso, 95% da destruição ocorreu em áreas de vegetação nativa: campos de gramíneas e ervas, florestas, palmerais, arbustos e toda a fauna que se aproveita desses ecossistemas perdidos para as chamas, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV).
De janeiro até o final de agosto, o fogo no Pantanal brasileiro já havia queimado uma área correspondente a 12 cidades de São Paulo – 18.646 km2, cerca de 12% da área total do bioma –, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Punição
Se pego em flagrante, o infrator é encaminhado para a delegacia para registro do Boletim de Ocorrência e pode ser preso. A penalidade varia de R$ 1 mil a R$ 7,5 mil por hectare, conforme decreto federal 6514/2008.
A penalidade para quem pratica queimadas ilegais em Mato Grosso pode chegar a R$ 50 milhões em multa ambiental, com detenção um a quatro anos, em caso de dolo, e de no mínimo seis meses em caso de incêndio culposo, sem a intenção de provocar o fogo.
Mais de R$ 107 milhões em multas já foram aplicados por uso irregular do fogo. No total, o Estado aplicou R$ 805 milhões em multas por crimes ambientais, como queimadas e desmatamento ilegal.