A Dívida Pública do governo federal junto aos aplicadores internos, ou seja, em reais, teve um aumento de 0,65%, ao passar de R$ 3,607 trilhões para R$ 3,630 trilhões, de julho para agosto, devido ao acumulo de juros, no valor de R$ 23 bilhões.
A dívida pública captada do mercado internacional, em grande parte em dólares, também teve aumento de 9,53% sobre julho, encerrando agosto em R$ 154,75 bilhões (US$ 37,42 bilhões).
A Dívida Pública Total, interna e externa, teve aumento de 0,98% e passou de R$ 3,748 trilhões em julho para R$ 3,785 trilhões em agosto. Os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional, divulgados na segunda-feira(24).
Quando o governo toma dinheiro emprestado a uma taxa de juros baixa e faz investimentos, a economia cresce, os impostos aumentam, ele paga a dívida e fica tudo bem, obrigado.
Quando os juros são altos, os empréstimos logo passam mais para pagar dívidas anteriores e menos para investimentos. A economia vai paralisando e começa a andar pra trás. É nesta situação que o Brasil está engastalhado.
Façamos um conta simples. O estoque de R$ 3,630 trilhões da dívida interna, em 30 de agosto/2018, com juros de 6,5% ao ano, que é o percentual da atual Taxa básica de juros Selic, resultará num juros de R$ 235,95 bilhões nos próximos 12 meses. Se sobre esse montante incidisse uma taxa de juros de 0,5% ao ano, as despesas com juros seriam de R$ 18,15 bilhões.
O Tesouro Nacional teria, neste exemplo, uma economia de R$ 217,80 bilhões em um ano. Seria dinheiro suficiente para colocar a economia do país em crescimento. A Taxa de 0,5%, considerada no exemplo, é bastante competitiva, ainda sendo maior do que a média das taxas básicas das principais 40 economias do planeta, que é negativa.
A Selic a 6,5% ao ano é um obstáculo aos investimentos dos empresários da indústria. Para conseguir uma rentabilidade igual a Selic é preciso “engolir muito sapo”, então é melhor aplicar!
COPOM
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reunido na terça (18) e quarta feira (19) decidiu manter a taxa Selic em 6,50% a.a. e não se posicionar sobre tendências.
As pressões inflacionárias existem e são de custos, cada vez mais difíceis de controlar devido à estagnação da economia. Para a direção do banco, o aumento da Selic é basicamente o que controlaria inflação.
Visto de modo racional, a subida da Selic serve para manter ou aumentar o juros reais para os bancos, que, como vimos, quebra o Tesouro e engessa a economia.
J. AMARO