Tebet: orçamento secreto de Bolsonaro é o “maior esquema de corrupção do planeta Terra”

Simone Tebet no Flow podcast. Foto: Reprodução

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), ex-candidata à Presidência que recebeu 4% dos votos no primeiro turno, disse que o orçamento secreto pode ser o “maior esquema de corrupção do planeta Terra”.

No segundo turno, Tebet anunciou que está apoiando Lula.

Um vídeo da participação de Tebet no Flow Podcast, transmitido em 18 de agosto, voltou a circular nas redes sociais. Nele, a então candidata diz que Bolsonaro não acaba com o orçamento secreto porque não quer transparência: “ficou na mão do Congresso diante de denúncias de rachadinha”.

“Por que esse orçamento é secreto? Porque não sei de onde saiu, quem foi o autor, quem tem a digital, quem tem a rubrica, e eu não consigo controlar. Quando você vai mandar essa emenda para o Executivo, ela vai sem autor, vai no guarda-chuva da emenda de relator. Quem é o senador, quem é o deputado que indicou?”, disse.

“Depois, ele é distribuído na cidade e eu não sei para onde está indo e se ele está sendo aplicado. Há denúncias de uma cidade do interiorzinho do Maranhão, de pouco mais de 20 mil habitantes, que fez mais exames de HIV do que toda a cidade de São Paulo, de 12 milhões de habitantes”, falou.

“Tem uma cidade pequenininha, que diz que extraiu, em um único ano, 540 mil dentes. Significa ter tirado 14 dentes de cada boca, de cada cidadão da cidade, inclusive do bebê recém-nascido, que não tem nenhum dente”, continuou Tebet.

Para ela, “podemos estar diante do maior esquema de corrupção do planeta Terra”.

“Então, posso estar falando de uma nota fria. Não estou falando daquela coisa de levar 10% não, estou falando de uma nota inteira que pode ter sido simplesmente saído de Brasília, chegado lá e ter ido para o bolso de alguém”, de

“Ele vai se tornar público, porque um valor dessa grandeza não fica escondido por muito tempo. Quando a gente tiver a autonomia de investigar nas cidades – e está começando com prefeito caindo -, vai ficar claro. É pitoresco”, apontou.

Para 2023, o governo de Jair Bolsonaro aumentou ainda mais o valor reservado para o orçamento secreto, que agora será de R$ 19,4 bilhões. Esses recursos, tirados de programas sociais, são distribuídos entre parlamentares que votam conforme manda o governo.

“O governo federal não tem orçamento, não sabe o que fazer com o país, não tem plano de governo, não tem planejamento. Qual a grande política pública, política de estado do governo federal? Ele não sabe onde quer chegar”, criticou Tebet

Para acabar com o orçamento secreto, “você pega uma caneta, baixa um ato normativo, que não depende de lei, e diz o seguinte: todos os ministérios a partir de 1º de janeiro têm que dar transparência total no orçamento dos gastos públicos”, explicou.