Os funcionários terceirizados da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que fazem consertos nas ruas, fizeram uma paralisaram nesta terça-feira, 11. Segundo denúncia dos trabalhadores, a empresa terceirizada Emissão A.S. – pertencente às empresas Canal de Isabel II Gestión S.A. (Espanha) e o Grupo Inassa S.A. (Colômbia) – está há um mês sem pagar benefícios como ticket-refeição e vale-transporte, e não pagou o 13º salários dos funcionários.
Enquanto a terceirizada não acerta os pagamentos, o número de funcionários que prestam o serviço nas ruas à população está baixo. E usuários dos serviços reclamam à concessionária pedindo consertos, que acabam não sendo realizados. De acordo com uma reportagem do jornal “Bom dia RJ”, os clientes contam que alguns vazamentos estão abertos há 20 dias.
Segundo informações do Cedae, os pagamentos para a empresa Emissão A.S. estão em dia e que a responsabilidade de pagar os funcionários é da multinacional.
Ao longo dos anos, governos com o objetivo de privatizar a Cedae têm entregado para
empresas privadas serviços que deveriam ser prestados pela companhia.
Na semana passada (4), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) derrubou o veto do governador Luiz Fernando Pezão à emenda que impede a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Desta forma, a companhia não poderá ser vendida. A estatal era a principal garantia do empréstimo de R$ 2,9 bilhões contraído pelo governo estadual do Rio de Janeiro junto ao banco francês BNP Paribas.
Com a prisão de Pezão, ocorrida no dia 29 de novembro, no âmbito da Operação Lava Jato, a bancada governista se desarticulou e acabou dando quórum para que fosse feita a votação. Prevaleceu no plenário, por 44 votos a favor da derrubada do veto, um voto contra e oito abstenções, o argumento de parlamentares e dos servidores da Cedae, que lotaram as galerias no dia, que não havia motivo algum para o estado se desfazer de um empresa lucrativa, a não ser para garantir o interesse de grupos estrangeiros, que compram nossas empresas prontas e lucrativas “a preço de banana”, em troca de tarifas altas cobradas da população e prestação de serviços de péssima qualidade.